Avaliação da toxicidade de pesticidas sobre o crescimento e biomarcadores de estresse oxidativo em oligoquetas (Eisenia andrei)
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Data
2023-10-09Primeiro membro da banca
Clasen, Bárbara Estevão
Segundo membro da banca
Miragem, Antônio Azambuja
Metadata
Mostrar registro completoResumo
No Brasil, dentre os pesticidas, os herbicidas e fungicidas são as classes mais utilizadas. Destes
produtos, os 3 mais comercializados são os herbicidas Glifosato (GLY) e 2,4 Ácido
diclorofenoxiacético (2,4-D), e o fungicida Mancozebe (MZ). Devido sua permanência no
ambiente e o potencial de causar danos à saúde ambiental e humana, conhecer seus efeitos em
organismos do ambiente edáfico pode auxiliar na elucidação dos seus mecanismos de ação em
seres vivos não-alvos, como as minhocas. No entanto, os efeitos oxidativos do glifosato, 2,4-D
e mancozebe em minhocas ainda precisam ser estudados, tendo em vista o papel ecológico
desses organismos. Portanto, o objetivo do presente estudo foi analisar se a exposição ao
glifosato, 2,4-D e mancozebe prejudica a saúde de minhocas. Para isso, foram conduzidos três
estudos. No primeiro, os efeitos do glifosato nas minhocas e as consequências para o ambiente
edáfico foram investigados a partir de uma revisão da literatura. Verificamos que os efeitos da
exposição ao glifosato são diversos, variando de acordo com a espécie de minhoca, a
formulação e a dose de glifosato, o tempo de exposição e ainda os tipos de solo. O segundo e o
terceiro estudos, por sua vez, foram experimentais, em que avaliamos se a exposição a dosagens
subletais de 2,4-D e MZ induzem alterações no crescimento e em marcadores bioquímicos de
estresse oxidativo em minhocas da espécie Eisenia andrei. Para isso, as minhocas foram
submetidas às concentrações de 250, 500, 750 e 1000 µg de i.a. Kg-1
(de 2,4-D e MZ) por um
período de 21 dias. Foram avaliados taxa de crescimento, níveis de espécies reativas de oxigênio
(ROS), capacidade antioxidante contra peróxidos (ACAP), peroxidação lipídica (TBARS),
conteúdo de tióis não proteicos (NPSH), atividade das enzimas glutationa-S-transferase (GST),
superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e acetilcolinesterase (AChE). Os resultados
encontrados demonstraram que ambos os pesticidas induziram redução no crescimento,
alterações no status redox e prejuízos neuromusculares, comprometendo a saúde dos animais.
Em conjunto, nossos resultados indicam que as alterações observadas no conjunto de enzimas
antioxidantes e de marcadores de dano celular demonstram que o estresse oxidativo pode ser
um desfecho comum da toxicidade dos três pesticidas nas minhocas. A partir das alterações em
nível bioquímico e celular, inferimos que esse desequilíbrio observado pode levar a prejuízos no metabolismo e nos tecidos das minhocas, comprometendo sua sobrevivência e por
consequência desses efeitos nas minhocas, pode afetar o ambiente edáfico, tendo em vista a
importância ecológica desses animais
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