Murcha da nogueira-pecã: estudo da relação planta-patógeno e antagonismo por Trichoderma spp.
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Data
2024-02-22Primeiro membro da banca
Oliveira, Andréia Mara Rotta de
Segundo membro da banca
Maciel, Caciara Gonzatto
Terceiro membro da banca
Ludwig, Juliane
Quarto membro da banca
Silva, Júlio Carlos Pereira da
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A nogueira-pecã [(Carya illinoinensis (Wangenh.) K. Koch] é uma espécie amplamente cultivada. No RS, a pecanicultura ganhou destaque pelo clima favorável e bom retorno financeiro. Entretanto, o aumento de doenças vem impactando negativamente no potencial de cultivo, sendo o patógeno Fusarium spp. uma das principais preocupações. A murcha de Fusarium é uma doença emergente, que atualmente está restrita ao Brasil. Devido à natureza poligafa do patógeno, há potencial de disseminação para outras áreas de cultivo. Neste contexto, entender a dinâmica da interação patógeno-hospedeiro e métodos de controle eficientes é crucial para garantir a sustentabilidade da cultura. O objetivo deste trabalho foi estudar o patossistema Carya illinoinensis X Fusarium spp., e a utilização de Trichoderma spp. no biocontrole in vitro do patógeno. Foram utilizados seis isolados patogênicos a nogueira-pecã. Além disso, foram obtidos isolados de Trichoderma spp. de solo rizosférico, que foram caracterizados morfologicamente e molecularmente. A identificação molecular deu-se utilizando as regiões do Espaçador Interno Transcrito (ITS), Fator de Elongação 1-alfa (EF1-α) e segunda subunidade maior da RNA Polimerase II (RPB2). O potencial de biocontrole dos isolados foi avaliado através dos testes de pareamento de culturas e metabólitos voláteis. A produção de enzimas foi avaliada in vitro e os compostos produzidos pelo patógeno em meio liquido foram identificados. A interação planta x patógeno foi avaliada ao longo do tempo, aos 30, 60 e 90 dias após a inoculação (d.a.i), por meio da produção de: superoxido dismutase (SOD), guaiacol peroxidase (POD) e peróxido de hidrogênio (H2O2). A peroxidação lipídica foi avaliada pelo valor de malondialdeído (MDA) presente e a influência no desenvolvimento avaliada por meio de aferições de altura, diâmetro do coleto, peso fresco e massa seca. Seis isolados de Trichoderma spp. foram obtidos, pertencendo a quatro espécies (Trichoderma asperelloides, T. virens, T. afroharzianum e T. hamatum), todos eficientes no controle in vitro de Fusarium spp. No teste de pareamento de culturas, os maiores percentuais de biocontrole foram obtidos por T. virens enquanto que para o teste de metabólitos voláteis T. asperelloides (AGCN05) destacou-se. Fusarium spp. produziu enzimas extracelulares in vitro, como catalase, lacase, celulase, caseinase, protease, lipase, poligalactoturonase, pectatoliase, e urease, com excessão de F. graminaearum que não produziu a enzima lipase. A produção de espécie reativas de oxigênio permitiu observar que Fusarium spp. interage de forma distinta com o hospedeiro, pois SOD, POD e H2O2, variaram ao longo do tempo. O valor crescente de peroxidação lipídica indicou uma resposta ineficiente no controle do patógeno. A maior influência do patógeno foi observada aos 90 d.a.i, com a estagnação no desenvolvimento das plantas. A análise de DNA permitiu identificar as espécies as quais os isolados de Trichoderma pertencem, apresentando todo potencial de biocontrole in vitro. A produção de uma vasta quantidade de enzimas por Fusarium spp. indica diferentes estratégias de patogenicidade adotadas e a análise enzimática evidencia a dinâmica complexa da interação planta-patógeno.
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