Análise das áreas de risco associadas aos processos hidrológicos na área urbana de Candelária, RS
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Data
2025-03-13Primeiro membro da banca
Nummer, Andrea Valli
Segundo membro da banca
Verdum, Roberto
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O Brasil tem enfrentado significativas perdas materiais e um aumento no número de óbitos
decorrentes de desastres naturais, sendo as inundações os eventos mais recorrentes, impactando
milhares de pessoas. Nesse contexto, a identificação e o mapeamento das áreas de risco tornamse essenciais, ao possibilitarem uma gestão pública mais eficiente, permitindo a implementação
de medidas preventivas e de manejo adequado nessas regiões vulneráveis. O município de
Candelária sofre com inúmeros episódios de alagamento, enxurrada e inundação, neste sentido
essa pesquisa visa determinar e avaliar as áreas de risco associados aos processos hidrológicos.
O desenvolvimento da pesquisa foi realizado em etapas. A primeira consistiu na elaboração de
um inventário dos processos hidrológicos ocorridos durante 2000 e 2024, no qual foram
organizadas e tabuladas informações sobre os diferentes desastres ocorridos no município, com
base no Registro Nacional de Desastres e num periódico do município. Para avaliar as áreas
sujeitas a alagamentos, foi elaborado um mapa de calor, destacando as ruas mais afetadas pelo
processo. Já a análise das inundações envolveu o mapeamento da suscetibilidade, do perigo, da
vulnerabilidade e do risco no município. A suscetibilidade foi determinada com base em
aspectos do relevo, identificando as planícies de inundação por meio do método AHP. O perigo
foi avaliado considerando as classes de alta e média suscetibilidade, integradas ao limite de
inundação do evento ocorrido em 2024, além das informações coletadas em trabalho de campo.
A vulnerabilidade foi analisada a partir de dados sociais extraídos do Censo do IBGE de 2022
e do padrão construtivo da área urbana do município. Por fim, o risco foi determinado pelo
cruzamento dos dados de vulnerabilidade e perigo, resultando em quatro classes de risco: baixo,
médio, alto e muito alto. Nos últimos 24 anos, os eventos mais recorrentes em Candelária foram
os alagamentos, totalizando 30 ocorrências. A maioria desses eventos aconteceu nos meses de
janeiro e novembro estando relacionado a chuva torrencial. As inundações, por sua vez,
ocorreram aproximadamente 16 vezes, sendo mais frequentes nos meses de outubro e novembro
associadas a precipitações acumuladas na primavera. A área urbana de Candelária apresentou
92,06% de sua extensão com suscetibilidade alta ou média, fator diretamente relacionado à
proximidade da cidade com o rio e outros cursos hídricos. Em relação ao perigo e à
vulnerabilidade, os bairros que apresentaram os maiores índices foram Costa Norte, Esmeralda
e Rincão Comprido. O risco à inundação em Candelária apresenta na classe Alto Risco
aproximadamente 50,54% da área total de risco, abrangendo 371 domicílios, a maioria
localizada nas proximidades do Rio Pardo. A classe de Risco Muito Alto corresponde às áreas
de maior vulnerabilidade e perigo, onde as inundações são frequentes e causam grandes danos
materiais à população. Essa categoria abrange 100 domicílios, representando 13,62% da área
total de risco, com maior concentração nos bairros Centro e Esmeralda. Os processos
hidrológicos em Candelária apresentam uma dinâmica complexa, especialmente devido à
interação entre os fenômenos de alagamento e inundação, que podem ocorrer simultaneamente
em determinadas regiões durante eventos extremos.
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