Ducto arterioso patente em cães: indução experimental por toracotomia, correção por cirurgia torácica vídeo-assistida (CTVA) e avaliação de aderências por toracoscopia
Resumo
Objetivando-se desenvolver um modelo de indução experimental de ducto arterioso patente por toracotomia, estudar uma técnica corretiva do defeito experimental por cirurgia torácica vídeo-assistida (CTVA) e avaliar eventuais aderências por toracoscopia, realizaramse três experimentos. Foram utilizados, para cada experimento, 14 cães adultos sem raça definida, cujos pesos variaram de 10 a 20 kg. Quanto ao modelo de indução de DAP, foi possível implantar-se enxerto autólogo na mesma localização anatômica do DAP congênito, a
artéria subclávia esquerda pode ser utilizada para enxerto autólogo simulando DAP, apresentando patência, e não houve lesões cardíacas resultantes do modelo experimental proposto (passíveis de detecção por visualização e por dosagem de CK e CKMB). Concluiuse que o modelo, experimentalmente induzido, de D.A.P. com enxerto autólogo da artéria subclávia esquerda é viável. O presente modelo pode servir de base para novas pesquisas no tratamento de DAP, no treinamento em técnicas de correção cirúrgica e, ainda, em outros
estudos da cardiologia veterinária. Na técnica proposta para correção do defeito experimental, os três portais de trabalho e a ótica foram suficientes e se localizaram adequadamente para a correção do DAP; materiais de cirurgia vascular podem ser empregados para a realização desta técnica; o posicionamento da equipe cirúrgica, do paciente, dos equipamentos e dos instrumentais foi adequado; o nó de Roeder mostrou-se efetivo; o procedimento proposto é viável no período de até cinco dias de pós-operatório. Concluiu-se que a técnica de correção de DAP congênito por CTVA se mostrou efetiva, podendo ser empregada na rotina clínica, e, também para treinamento de cirurgiões vídeo-endoscópicos. No estudo das aderências, as cirurgias de toracotomia e de CTVA predispõem a formação de aderências, que abrangem os locais de incisão de toracotomia e de CTVA. Sua extensão é menor após CTVA, devido à menor extensão do dano tecidual. É possível desfazerem-se as aderências por toracoscopia, em até cinco dias de pós-operatório, sendo necessários dois portais. O aumento dos níveis séricos de CK é proporcional ao trauma tecidual. Nas condições em que este trabalho foi realizado, concluiu-se que as cirurgias de toracotomia e de CTVA (cirurgia torácica vídeo assistida) levam a formação de aderências. A alta incidência de aderências póstoracotomia
e pós-CTVA predispõe a sérios riscos cirúrgicos e requer cuidados especiais em futuras reintervenções cirúrgicas. Este trabalho foi aprovado pela comissão de ética da UFSM sob número 012/2006. Todos os animais foram encaminhados para adoção.