Peso corporal e fitase na digestibilidade verdadeira do fósforo no farelo de arroz integral para suínos
Resumo
Dois estudos foram conduzidos no Setor de Suinocultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria, com o objetivo de determinar o efeito do peso vivo e da fitase na digestibilidade total verdadeira (DTVP) e perdas endógenas de fósforo (PETP) do farelo de arroz integral (FAI), através da técnica de regressão linear. Utilizaram-se 24 suínos castrados, sendo 12 animais com 13 ± 1 kg e 46 dias de idade e 12 animais com 57 ± 2,5 kg e 86 dias de idade. Os animais foram distribuídos em seis tratamentos, que consistiram de dietas formuladas com três níveis (5, 10 e 20%) de FAI e dois níveis de fitase (0 e 750 FTU/kg-1). Foram utilizadas dietas semipurificadas com inclusão de plasma sanguíneo (Ps) como fonte de aminoácidos e relação Ca:P de 2:1. O óxido férrico foi utilizado como marcador fecal. Os experimentos foram conduzidos em três períodos (blocos) de 12 dias, sendo 7 dias destinados à adaptação e 5 dias destinados à coleta total de fezes. A quantia total de ração fornecida foi calculada com base no menor consumo e fornecida em quatro refeições diárias, enquanto a água foi disponibilizada à vontade. Entre cada período de 12 dias foi fornecida uma dieta formulada para atender as necessidades nutricionais dos animais. Os suínos foram alojados em 24 gaiolas de metabolismo ajustáveis de acordo com o peso corporal. A temperatura ambiente foi mantida em 22ºC, utilizando-se condicionadores de ar. As variáveis foram submetidas à análise de variância utilizado no modelo o efeito do bloco, animal, tratamentos e as interações. O peso médio na fase de creche não sofreu alteração em relação à fitase e ao FAI. Já a matéria seca ingerida MSI (g/d), matéria seca excretada (g/d) e matéria seca digestível (%), fósforo ingerido PI (g/d), fósforo excretado (g/d), fósforo absorvido (g/d) foram significativo aos níveis de FAI, enquanto o fósforo digestível (%) foi significativo a fitase e farelo de arroz integral. A DTVP e PETP no FAI com e sem adição da fitase resultaram (47,51% e 425,2 mgP/kgMSI, R2 = 91,0%) e (34,39% e 461,1mgP/kgMSI, R2 = 97%), respectivamente. A adição da fitase reduziu a excreção de P na dieta em 6,76% e no P oriundo do FAI em 38,46%. Na fase de crescimento não houve significância do peso vivo e MSI (g/d) para fitase e FAI. A MSE (g/d), MSD (%) e PI (g/d) e PAbs (g/d) foram significativos ao FAI. O PE (g/d) e PD (%) foram influenciados significativamente pela fitase e farelo de arroz integral. A DTVP e PETP no FAI com e sem fitase resultaram (58,42% e 439,7 mgP/kgMSI, R2=92,4%) e (32,10% e 260,8 mgP/kgMSI, R2=93,2%), respectivamente. Houve redução do PE com adição de fitase em 27,92% e com o P oriundo do FAI 36,25%. Concluiu-se que o uso de fitase em dietas
semipurificadas com adição de FAI promoveu redução da excreção fecal do fósforo em ambos os pesos estudados e, em decorrência, aumentou a DTVP. Entretanto, o efeito da fitase foi mais pronunciado nos suínos de maior peso corporal (38 versus 45%). Os níveis de P no soro sanguíneo não sofreram alteração nos períodos estudados para ambas as fases e o farelo de arroz integral é rico em P, sendo que grande parte desse encontra-se na forma de fitato com baixa digestibilidade, e a fitase tem papel significativo na disponibilização desse mineral, contribuindo no aumento do valor nutricional desse alimento.