Grãos inteiros de milho, aveia branca ou arroz com casca na terminação de bovinos confinados desempenho e comportamento ingestivo
Resumo
Objetivou-se avaliar o desempenho e comportamento ingestivo de bovinos terminados em
confinamento com grãos inteiros a base de milho, aveia branca ou arroz com casca. Foram utilizados
45 animais oriundos do cruzamento bicross envolvendo as raças charolês e nelore pertencentes ao
Laboratório de Bovinocultura de Corte, com peso e idade média inicial de 310 kg e 20 meses para os
novilhos e 350 kg e 30 meses para as novilhas. Os animais foram distribuídos ao acaso nos
tratamentos, bloqueados conforme a categoria (8 novilhos e 7 novilhas), totalizando 15 animais por
tratamento e alocados em baias individuais. As dietas foram calculadas para serem isonitrogenadas,
sendo os tratamentos compostos por: Arroz (85% de arroz + 15% de núcleo proteico); Aveia branca
(85% aveia + 15% núcleo proteico) e Milho (85% milho + 15% núcleo proteico), além de calcário
calcítico e ureia para equilibrar as exigências de cálcio e nitrogênio, respectivamente. Os consumos
diários de matéria seca e proteína bruta não diferiram entre os diferentes grãos testados. Para os
consumos de extrato etéreo, fibra em detergente neutro e hemicelulose foram superiores para os
animais que consumiram grão de aveia, apresentando valores de 0,09; 0,65 e 0,34 % PV,
respectivamente. Já para o consumo de celulose, os tratamentos aveia (0,22 % PV) e arroz (0,18 %
PV) foram superiores ao tratamento milho (0,06 % PV). Em relação aos consumos de nutrientes
digestíveis totais, carboidratos não fibrosos e carboidratos totais, não obtiveram diferenças
significativas. Para a variável peso final os animais dos tratamentos milho e aveia foram superiores ao
tratamento arroz. Já para o ganho médio diário, os animais alimentados com milho foram superiores
ao tratamento aveia que foi superior aos animais alimentados com arroz, apresentando valores de 1,30;
1,07 e 0,71 kg, respectivamente. Os animais do tratamento arroz obtiveram pior conversão alimentar
em comparação aos tratamentos milho e aveia que foram melhores e semelhantes, sendo 11,15; 6,07 e
7,99 kg PV/kg MS, respectivamente. Os animais que receberam dieta à base de milho permaneceram
maior tempo em ócio (19,87 horas) comparado aos animais alimentados com arroz (18,58 horas), que
por sua vez permaneceram mais tempo em ócio em relação aos alimentados com aveia (15,64 horas).
Em relação ao tempo de ruminação, observa-se que os animais que consumiram dieta à base de aveia
ruminaram mais tempo (6,38 horas) que os animais do tratamento com arroz (3,23 horas) e estes por
sua vez, mais tempo que os animais da dieta à base de milho (1,90 horas). Para os animais alimentados
com milho, estes permaneceram menos tempo se alimentado e apresentaram maior número de
refeições diárias, quando comparado aos demais tratamentos. O uso de dietas com grãos inteiros na
terminação de bovinos confinados é uma alternativa viável, sendo que o milho ou aveia apresentam
melhor resposta animal em relação ao arroz em casca. Nesse tipo de dieta, o nível de FDN exerce
influência sobre os tempos despendidos pelos animais em ruminação e ócio, no entanto, para o tempo
de alimentação estes não sofreram alterações.