Dexmedetomidina diminui a resposta inflamatória após cirurgia miocárdica sob mini-circulação extracorpórea
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Data
2013-03-09Terceiro membro da banca
Schetinger, Maria Rosa Chitolina
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Mostrar registro completoResumo
Apesar dos grandes avanços tecnológicos nas cirurgias de revascularização miocárdica (CRM), ocorre uma grande incidência de disfunção cardíaca e déficit neurocognitivo no período pós-operatório. As medidas preventivas são essenciais para a redução destas situações adversas, responsáveis pelo comprometimento da qualidade de vida dos pacientes. A cirurgia e a circulação extra-corpórea (CEC) produzem alterações importantes no sistema imunológico, diretamente envolvidas na incidência das complicações e acredita-se que a escolha anestésica possa modificá-las. Em estudo prospectivo e randomizado, pretendemos demonstrar a influência da dexmedetomidina (grupo AIVT-DEX), um anestésico (α)-2-agonista, associado à anestesia intravenosa total (AIVT) no comportamento da resposta inflamatória em pacientes submetidos à CRM, sob mini-circulação extracorpórea (mini-CEC). O grupo AIVT-DEX recebeu infusão contínua de dexmedetomidina associado à técnica de AIVT convencional e o outro grupo foi submetido à AIVT convencional (infusão contínua de propofol e sufentanil). Os grupos foram comparados pela dosagem plasmática trans-operatória de citocinas, como a interleucina-1(IL-1), a interleucina-6 (IL-6), a interleucina-10 (IL-10), o interferon gama (INF-γ) e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), bem como a proteína C reativa (PCR), creatinofosfoquinase (CPK), creatinofosfoquinase miocárdio específica (CPK-MB), troponina I (cTnI), cortisol e glicose. A peroxidação lipídica foi avaliada pelo estudo das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e a presença de estresse oxidativo pela atividade da enzima delta-aminolevulinato desidratase (δ-ALA-D). O uso da dexmedetomidina induziu redução significativa de IL-1, IL-6, TNF-α e INF-γ se comparado ao grupo sem dexmedetomidina. Houve redução progressiva dos níveis de IL-10 ao longo do tempo, de forma semelhante entre os grupos. Não houve diferença entre os grupos para a atividade da enzima δ-ALA-D e os níveis de TBARS foram maiores no grupo AIVT-DEX. Concluímos que a dexmedetomidina associada à AIVT convencional foi capaz de reduzir os níveis plasmáticos das citocinas pró-inflamatórias IL-1, IL-6, TNF-α e INF-γ em pacientes submetidos à CRM sob mini-CEC, se comparados aos pacientes que receberam apenas a AIVT convencional. Estes resultados reforçam os dados da literatura quanto à potencialidade da dexmedetomidina como agente modulador da resposta inflamatória no período trans- operatório.