Desenvolvimento inicial, caracterização estrutural da flor, androsporogênese e androgametogênese em Dyckia racinae L.B.Sm.(Pitcairnioideae-Bromeliaceae)
Resumo
Importante família entre as monocotiledôneas neotropicais, as bromeliáceas ampliam a riqueza e a diversidade dos ecossistemas de que fazem parte. Assim, reunir conhecimentos na busca de projetos realmente efetivos para conservação da biodiversidade se torna essencial. Para tanto, informações sobre a estrutura de esporângios e gametófitos contribuirão para a melhor caracterização de processos reprodutivos, além da aplicação dos caracteres em análises taxonômicas e filogenéticas, cujos resultados são de grande valor aos programas de conservação. Este trabalho buscou conhecer a embriologia com ênfase estrutural de Dyckia racinae L.B.Sm., caracterizando aspectos de desenvolvimento inicial das estruturas reprodutivas, além da androsporogênese e da androgametogênese. O meristema floral de D. racinae, durante a fase inicial de seu desenvolvimento, está organizado em três camadas: dérmica, subdérmica e central. Nas regiões onde os primórdios dos órgãos florais serão projetados é possível identificar um adensamento citoplasmático seguido de uma divisão periclinal na camada subdérmica. A espécie Dyckia racinae apresenta flores perfeitas, trímeras e heteroclamídeas, envolvidas por uma bráctea. O androceu é composto por seis estames, o ovário é súpero e trilocular, nectários estão presentes, sendo predominantemente infraloculares. O padrão de formação dos estratos parietais da antera é do tipo básico, o tapete é secretor, a epiderme é papilada, a tétrade de andrósporos se forma de forma sucessiva, sendo tais tétrades decussadas ou isobilaterais. Após a liberação das tétrades da calose, ocorre a maturação dos andrósporos, quando ocorre polarização do citoplasma, seguido da primeira mitose onde são formadas a célula generativa e vegetativa. Em D. racinae os andrófitos são bicelulares quando liberados das anteras, com uma abertura, apresentando uma esporoderme constituída por exina, mais externa e resistente, e intina mais interna. Pollenkitt é observado na superfície dos andrófitos. Foram observados grãos de pólen dimórficos. Os grãos dimórficos apresentam pouco volume e a região da abertura se mantém côncava, além de citoplasma pouco denso, acúmulo tardio de grãos de amido e regressão parcial e tardia da vacuolação. Em outro grupo de grãos a primeira mitose foi atípico. Em ambos os tipos de grãos as células generativa e vegetativa não são formadas.