Sensibilidade in vitro e in vivo de isolados de Colletotrichum lindemuthianum (Sacc & Magn.) Briosi & Cav., a fungicidas sistêmicos
Resumo
A sensibilidade in vitro e in vivo de dez isolados de Colletotrichum lindemuthianum a fungicidas sistêmicos foi avaliada in vitro e in vivo, em delineamento experimental inteiramente casualizado com três repetições. No estudo in vitro foi avaliada a porcentagem de germinação de conídios do fungo quando submetidos aos fungicidas benzimidazóis: carbendazin e tiofanato metílico e estrobilurinas: azoxistrobina e piraclostrobina. Foi utilizada a metodologia do fungicida incorporado ao agar nas concentrações finais de 0; 0,1; 1,0; 10 e 100 ppm. Com os dados de germinação foi calculada a DL50 (dose efetiva capaz de inibir 50% da germinação de esporos) para cada fungicida, sendo observadas diferenças na sensibilidade dos isolados de Colletotrichum lindemuthianum com relação aos fungicidas testados. Considerando o fungicida carbendazin, a raça 65 apresentou baixa sensibilidade enquanto as raças 08, 81, 321 foram moderadamente sensíveis a este fungicida. No caso das estrobilurinas, todos os isolados mostraram-se altamente sensíveis aos fungicidas azoxistrobina e piraclostrobina, comprovando o efeito esporocida desse grupo químico. Na avaliação in vivo, foi avaliada a a DL50 considerando as lesões de C. lindemuthianum formadas a partir da inoculação de uma concentração conhecida de esporos em folhas destacadas de feijão submetidas a concentrações finais de 0; 0,5; 1,0; 5,0; 10,0 e 50,0 ppm de tebuconazole e epoxiconazole. Não houve diferença quanto à classificação de sensibilidade proposta na escala adaptada de Edgington et al. (1971), embora tenha sido verificada grande amplitude de valores de DE50 entre os isolados. A raça 321 apresentou moderada sensibilidade a epoxiconazole, ficando as raças 08 e 65 com valores de DE50 relativamente maiores. O mesmo ocorreu com a raça 81 com relação ao epoxiconazole. A alteração na sensibilidade de isolados de C.lindemuthianum quando submetidos ao grupo dos benzimidazóis está relacionada a origem, freqüência e pressão de seleção imposta pela aplicação repetida desses fungicidas em determinados locais onde predominam determinados grupos de raças fisiológicas. Com relação aos triazóis não houve diferenças na classificação de sensibilidade entre os isolados, mostrando que a utilização desses fungicidas no controle da antracnose não produziu um efeito seletivo similar ao observado com os fungicidas tebuconazole e epoxiconazole, considerando a mesma população do patogeno.