Bioecologia e nível de dano econômico de Liogenys fusca Blanchard, 1850 (Coleoptera: Melolonthidae) no Rio Grande do Sul
Resumo
O coró Liogenys fusca é uma importante praga de solo da Região Centro-Oeste do
Brasil, seus danos já foram registrados em culturas como milho, soja e aveia. O trabalho
objetivou estudar aspectos bioecológicos de Liogenys fusca no Rio Grande do Sul, e
determinar o nível de dano econômico desse inseto na cultura de soja. O capítulo I trata da
caracterização das fases de desenvolvimento de L. fusca e sua dinâmica populacional em
Manoel Viana, RS. A partir de amostragens de solo, efetuadas mensalmente em 2010 e
2011; avaliou-se o período de ocorrência do inseto ao longo do ano e a sua localização no
perfil do solo. O capítulo II trata do nível de dano econômico de L. fusca na cultura da soja,
realizado em campo, em Santa Maria, RS, na safra 2010/2011, no qual foram testados
níveis populacionais de larvas de segundo e terceiro ínstar de L. fusca. Foram eles: zero; 4;
8 e 12 larvas/m². Avaliaram-se os parâmetros: população inicial de plantas, população final
de plantas, estatura de plantas aos 15, 30 e 60 DAE (dias após a emergência) e
produtividade (kg/ha). O nível de dano econômico foi estimado através de duas equações
adaptadas de Pedigo (1999). Liogenys fusca caracteriza-se como uma espécie univoltina.
As larvas são encontradas entre os meses de fevereiro a novembro. As pupas são
encontradas no interior de câmaras construídas no solo a profundidades de até 20 cm, entre
os meses de setembro a novembro. Os adultos são coletados entre os meses de dezembro
a fevereiro. O nível de dano econômico (NDE) de L. fusca em soja variou de 0,12 a 0,44
larva/m², conforme variou o custo de controle. A cada larva de L. fusca acrescida por m² há
uma redução de 151,30 kg/ha na produtividade da soja.