Liberação de potássio e alteração mineralógica em argissolos subtropicais
Resumo
O teor de potássio (K) de um determinado solo depende principalmente do seu material de origem. O K presente no solo pode ser conceitualmente dividido em: K estrutural, K não trocável, K trocável, e K na solução. Estudos comprovam que ácidos orgânicos, que ocorrem na rizosfera das plantas e microrganismos do solo, podem facilitar a intemperização dos minerais com a formação de complexos organometálicos. A disponibilidade de K é um importante fator de produtividade para as culturas e a sua dinâmica no solo está intimamente ligada à mineralogia dos solos. Ácidos orgânicos de baixo peso molecular têm sido utilizados em estudos de cinética de liberação de K em solos. O objetivo foi (a) avaliar a dinâmica de liberação de K na presença de ácido oxálico (AO) em três Argissolos subtropicais, (b) ponderar as alterações mineralógicas provocadas pelo contato do solo com o ácido, e (c) quantificar a reserva de K existente nas três frações granulométricas (areia, silte e argila). Foram coletadas amostras de três Argissolos do Rio Grande do Sul (RS). As frações granulométricas foram separadas, e a matéria orgânica queimada. Além disso, foram determinados os teores de K na solução, K disponível, K trocável, K não trocável e K total em cada fração e na fração terra fina (TFSA). As frações foram submetidas ao teste de dinâmica de liberação de K, sendo realizadas análises de Raios-X em antes e após estes procedimentos. PBAC1(Argissolo Bruno-Acinzentado Alítico típico - siltito) e PBAC2 (Argissolo Bruno-Acinzentado Alítico típico - arenito) apresentaram a maior reserva total de K e também o maior teor liberado durante o teste de dinâmica que o PVd (Argissolo Vermelho Distrófico típico - granito). Nos difratogramas foram identificados quartzo e feldspato potássico nas frações areia e silte. Na fração argila foram identificados esmectita, ilita, caulinita, caulinita desordenada, quartzo, microclínio, albita e magnetita. Não foram observadas diferenças significativas na mineralogia após o contato com o AO. Os solos PBAC1 e PBAC2 apresentaram a maior capacidade de fornecimento de K estrutural. A fração argila dos três solos foi a fração que mais contribuiu com fornecimento de K, porém a fração silte de PBAC2 destacou-se dentre as demais, apresentando também grande importância na sua liberação.