Desenvolvimento de embutido curado fermentado de carne de ema (Rhea americana) associada à de suíno
Resumo
A fauna silvestre representa uma opção de fonte protéica para o Brasil e outros países da América Latina, Europa e Ásia. Nesse contexto, a ema e outras ratitas, são muito valorizadas no mercado pela carne vermelha saudável que apresentam,
que é similar a outras espécies de abate. Este trabalho teve como objetivo desenvolver e caracterizar um embutido curado fermentado contendo carne de ema (Rhea americana) e carne de suíno, no mercado brasileiro. Nas formulações dos
embutidos, utilizou-se cinco combinações cárneas (90% ema, 67,5% ema / 22,5% suíno, 45% ema / 45% suíno, 22,5% ema / 67,5% suíno, 90% suíno). Os produtos elaborados foram avaliados por análise físico-químicas, microbiológicas e sensoriais. Os resultados das análises físico-químicas mostraram que os produtos elaborados estavam dentro da legislação vigente para salame, sendo que a atividade de água
variou de 0,88 a 0,90 (máximo 0,92), umidade variou de 35,93% a 41,07% (máximo 40%), gordura variou de 19,67% a 23,53% (máximo 35%) e proteína variou de 29,89% a 31,03% (mínimo 20%). Os produtos desenvolvidos apresentaram-se
seguros sob o ponto de vista microbiológico. A análise sensorial revelou maior preferência pelos embutidos contendo percentagem mais elevada de carne de suíno em relação à carne de ema, sendo que os embutidos contendo 22,5% de carne de ema e 67,5% de carne de suíno obtiveram as melhores avaliações da cor, odor, textura e sabor. Os produtos desenvolvidos com maior proporção de carne de ema
em relação ao suíno tiveram a menor preferência pelo painel de avaliadores, sendo que os embutidos formulados com 90% de carne de ema receberam as menores avaliações. Conclui-se que no presente trabalho, os embutidos curados fermentados que possuem uma formulação de 22,5% de carne de ema e 67,5% de carne de suíno reuniram características para serem enquadrados na legislação vigente de salame e são os mais adequados para serem lançados no mercado brasileiro como uma fonte alternativa de proteínas para o consumo humano.