Prevalência de deficiência de vitamina D e análise dos fatores associados em crianças saudáveis do ambulatório de pediatria do HUSM
Resumo
A deficiência de vitamina D é um dos assuntos mais comentados da área da saúde na atualidade, face às várias descobertas sobre a sua função em diversos tecidos e órgãos. A ação mais conhecida da vitamina D é na absorção do cálcio e sua implicação na homeostase óssea, mas além disso, tem estudos comprovando a relação da vitamina D com diversas outras doenças. Apesar desse enorme interesse sobre a vitamina D, ainda existem poucos trabalhos na literatura falando sobre a deficiência de vitamina D em crianças em nosso país, e principalmente na nossa região. Conhecendo a prevalência da hipovitaminose D, em determinado local ou região, pode-se pensar em medidas de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento, buscando assim reduzir as complicações e os custos para a saúde pública. Assim, o presente estudo tem por objetivo conhecer a prevalência de deficiência de vitamina D e os fatores associados à esta, em crianças saudáveis em seguimento em um ambulatório de pediatria de um hospital universitário, na região central do Estado do Rio Grande do Sul. Este estudo transversal analítico incluiu 138 crianças saudáveis em seguimento no ambulatório de pediatria do Hospital Universitário de Santa Maria. A dosagem sérica de 25(OH)D foi realizados pelo Laboratório de Análises Clínicas do HUSM, utilizando a coleta para exames de rotina já estabelecidos no ambulatório. Os fatores associados foram obtidos através de questionário realizado por telefone. Os resultados mostraram que a prevalência geral de hipovitaminose D na população estudada foi de 42,7%, sendo 12,3% das crianças deficientes e 30,4% insuficientes em vitamina D. O maior percentual de crianças com níveis adequados ocorreu entre os lactentes, seguido dos pré-escolares, escolares e adolescentes. A maioria, 65,9%, recebeu suplementação de vitamina D, em média, por 21,6 (±15,6) meses. Os fatores de risco identificados com maior significância foram: a faixa etária de pré-escolar/escolar/adolescente; residência em zona urbana; não suplementação de vitamina D e exposição solar. Conclui-se que a prevalência de hipovitaminose D é alta na região estudada, especialmente entre adolescentes. Além da faixa etária, a não
suplementação de vitamina D e a exposição solar inadequada são fatores de risco, que aumentam a chance de insuficiência/deficiência em vitamina D.