Análise de sobrevida e resistência à fratura de raízes fragilizadas restauradas com diferentes pinos intrarradiculares
Resumo
Objetivos: Avaliar a sobrevida e a resistência à fratura de raízes fragilizadas e não fragilizadas restauradas com diferentes pinos intracanais.
Métodos: oitenta incisivos bovinos foram seccionados em 16 mm e preparados em 12 mm com brocas padronizadas. 50 raízes foram fragilizadas com ponta diamantada mantendo 0,5 mm de espessura e 6 mm intra canal e 30 foram mantidas sem fragilização. Os espécimes foram embutidos em cilindros de PVC até 3 mm coronários (limite ósseo) e o ligamento periodontal foi simulado com poliéter. A divisão dos grupos foi: G1 e G2, núcleo metálico fundido (liga nobre) com (NMF-LN FRAG) e sem (NMF-LN NFRAG) fragilização, respectivamente; G3 e G4: núcleo metálico fundido (liga não nobre) com (NMF-LNN FRAG) e sem (NMF-LNN NFRAG) fragilização, respectivamente; G5 e G6: pino de fibra de vidro com (PFV FRAG) e sem (PFV NFRAG) fragilização, respectivamente; G7: pinos de fibra especiais para canais alargados (PFV-E FRAG) e G8: pinos de fibra re-embasados com resina composta (PA FRAG). Todos os pinos foram cimentados adesivamente. Os espécimes foram submetidos à ciclagem mecânica (37ºC, 45º, 130N, 2.2Hz e 1.5x106 ciclos) e acompanhados entre intervalos de 5x104 ciclos quanto à presença do evento trinca . Os espécimes que sobreviveram foram submetidos ao teste de resistência à fratura sob aplicação de carga na face palatina da coroa (45º e 1 mm/min) até a falha. O modo de falha foi classificado em favorável (acima do limite ósseo simulado) e desfavorável (abaixo do limite ósseo simulado). As taxas de sobrevida foram estimadas pela curva de Kaplan-Meier e as taxas de sobrevivência de acordo com os grupos de estudo foram analisadas através do teste log-rank (p≤0,05). Os dados de resistência à fratura foram analisados pelo teste de ANOVA 1 fator e Tukey (p=0,05).
Resultados: para análise de sobrevida, 7 espécimes fraturaram durante a ciclagem mecânica (grupos FRAG: 2 fraturas para PFV, 1 para NMF-LN e 2 para PA, grupos NFRAG: 2 para PFV). As comparações post-hoc demonstraram diferença apenas entre os espécimes dos grupos PFV-E e NMF (p=0,004). Para resistência à fratura houve diferença estatística (p<0.0001) entre os grupos fragilizados: G1- 541,4227,4A, G3- 642,6219,5A, G5- 282,264,7B, G7- 274,151,3B, G8- 216,663,6B com predominância de falhas desfavoráveis. Conclusão: Observou-se maior taxa de sobrevida para PFV-E em relação aos NMF (LN/LNN). Quanto ao teste de resistência à fratura, as raízes fragilizadas restauradas com núcleos metálicos fundidos apresentaram pior comportamento em relação às raízes restauradas com pinos de fibra de vidro (PFV, PFV-E e PA).