Avaliação do equilíbrio postural em mulheres com dor cervical
Resumo
A dor cervical vem sendo considerada um oneroso problema osteomuscular, com impacto sobre a saúde e qualidade de vida dos indivíduos podendo estar relacionada aos esforços repetitivos e a manutenção de posturas inadequadas. Essas alterações provocam transtornos mecânicos e nociceptivos na região cervical, podendo causar distúrbios do equilíbrio. A manutenção do equilíbrio postural ocorre por meio da atuação do sistema de controle postural e qualquer comprometimento desse sistema pode dar origem ao desequilíbrio corporal. A dissertação foi dividida em dois artigos de pesquisa, com objetivos distintos. No primeiro objetivamos avaliar a influência da dor cervical no controle postural de mulheres e verificar a relação da dor com as possíveis alterações nos sistemas sensoriais e postura corporal e, no segundo, investigar a correlação entre a intensidade da dor, postura da cabeça e oscilação postural. O grupo dor cervical foi composto por mulheres, entre 20 e 50 anos, com dor cervical por mais de três meses e o grupo controle por mulheres sem dor cervical. Para caracterização dos grupos utilizou-se ficha de anamnese, índice de incapacidade cervical (NDI) e Escala Visual Analógica. O equilíbrio postural foi avaliado por uma plataforma de força com fequência de aquisição de 100 Hz. O equilíbrio postural com a manipulação dos sistemas sensoriais foi avaliado pela posturografia dinâmica Foam-laser. A postura foi avaliada pelo Software de Avaliação Postural no plano sagital direito. A normalidade das variáveis foi verificada pelo teste de Shapiro Wilk, e os testes t-student e Mann Whitney para comparação entre grupos. A relação entre as variáveis foi verificada pelo teste de correlação de Sperman. Nível de significância de 5%. Os grupos apresentaram homogeneidade nas variáveis demográficas. Nas variáveis de equilíbrio postural observou-se maior amplitude e velocidade de deslocamento do centro de pressão no grupo dor cervical, demonstrando maior oscilação postural neste grupo. Houve diferença significativa no ângulo craniovertebral, sendo menor nas mulheres sintomáticas, mostrando anteriorização da cabeça. Na posturografia dinâmica observou-se diferença entre os grupos e o escore obtido pelo grupo dor cervical nas seis condições sensoriais demonstrou que o equilíbrio postural apresentou maior comprometimento. A dor cervical e a postura anteriorizada da cabeça têm efeito deletério no controle postural de mulheres sintomáticas. A intensidade da dor apresentou correlação com a área da elipse e com o ângulo craniovertebral indicando que as mulheres com dor cervical apresentaram postura anteriorizada da cabeça associada a um menor controle postural.