Questionando o papel dos especialistas em educação frente à democratização da gestão
Resumo
Neste trabalho, o autor investiga, dentro da área da gestão escolar, os especialistas técnicos que integram a equipe diretiva da escola (administrador escolar, supervisor e orientador educacional), funções estas que foram instituídas nas organizações escolares aos moldes da divisão do trabalho
fabril. Tem como objetivo principal, questionar o papel dos especialistas em educação frente a democratização da gestão. Para isso, a proposta pedagógica e as práticas observadas na escola pública através dos testemunhos da comunidade são de importância notável para a análise que o autor apresenta, visto que o trabalho pedagógico possui essas funções distintas para coordenação das ações
coletivas da organização escolar. A constatação reforça a idéia de superação da divisão do trabalho no interior da escola, com a histórica separação, ainda existente, dos que planejam em relação aos que executam. A pesquisa bibliográfica e de campo, de caráter qualitativo, buscou respostas para saber-se qual a origem das funções de especialistas em educação, sua absorção no sistema educacional brasileiro através do trabalho na gestão escolar, a importância destes na gestão com a conseqüente
superação da setorização e qual o espaço e o papel dos especialistas na democratização da gestão. Procurou-se desenvolver uma análise documental, entrevistas e aplicação de questionários na comunidade escolar de três escolas estaduais pertencentes à 19ª CRE, no município de São Gabriel e que atendem à educação básica na região leste, oeste e centro da cidade, com educandos de todas as
camadas sociais e um universo grande de alunos de diversas faixas etárias. Embora a função ainda seja considerada importante, reconhecida pela maioria dos membros da comunidade escolar, entende-se que a formação e a função merecem uma resignificação, que o supervisor, diretor e orientador educacional, sejam professores que momentaneamente ocupam as funções na condição de
articuladores da gestão democrática no interior da escola, do que necessita uma formação continuada para que a escola possa conquistar a sua autonomia.