Estudo da erodibilidade de solos e rochas sedimentares de uma voçoroca na cidade de São Francisco de Assis - RS
Resumo
A pesquisa, da qual resulta esta dissertação de mestrado, foi desenvolvida em uma voçoroca
localizada as margens da RS 377, no município de São Francisco de Assis, RS. O objetivo
principal foi o estudo da erodibilidade dos solos superficiais (horizontes A, B e C) e do
substrato rochoso (camadas 2C e 1A) de um perfil típico da área da voçoroca. A metodologia
aplicada consistiu no levantamento bibliográfico; investigação de campo, ensaios de
caracterização, ensaios químicos, ensaios de resistência ao cisalhamento direto, ensaios para
avaliação indireta (ensaios de desagregação, infiltrabilidade e perda por imersão) e direta
(Inderbitzen) da erodibilidade e comparação com a proposta de Bastos (1999) para a
estimativa da erodibilidade de solos não saturados na região de Porto Alegre. Os resultados
obtidos na avaliação indireta da erodibilidade através da estimativa do fator erodibilidade
(KUSLE), da avaliação do potencial de desagregação dos solos e dos critérios baseados na
metodologia MCT foram os seguintes: para os solos dos horizontes A, B e C e camadas 2C e
1A, situou-se entre 0,10 e 0,21, verificando que não se consegue separar estes materiais
quanto à erodibilidade. A metodologia MCT apresentou uma boa relação e correspondência
entre os resultados dos ensaios e o comportamento dos solos/rochas nos locais estudados,
comprovando sua aplicabilidade a estes materiais. A avaliação direta, feita através dos
ensaios de Inderbitzen, os quais tem por objetivo quantificar a erodibilidade dos solos e
rochas estudadOs, através da taxa de erodibilidade, K e a tensão cisalhante hidráulica crítica
(thcrít), confirmou que a perda de solo é tanto maior quanto maior for à inclinação da rampa e
a vazão de ensaio. Segundo esta avaliação, para as amostras de arenito (camadas 2C e 1A)
verificou-se certa tendência de valores mais elevados de erodibilidade na condição seca ao
ar. Também se verificou valores mais elevados de erodibilidade do horizonte C e camadas de
arenito em relação ao horizonte A. No horizonte B os valores situaram-se em um patamar
intermediário. O horizonte A apresentou um valor de K = 0,0095 g/cm2/min/Pa, bem inferior
ao horizonte B (K = 0,17 g/cm2/min/Pa). Os valores de K para o horizonte C e camadas de
arenito situaram-se entre 0,33 e 0,42 g/cm2/min/Pa. Não se conseguiu determinar as
tensões hidráulicas críticas para o horizonte A, mas para o horizonte B estas se situaram
entre 1 e 1,3 Pa. Para o horizonte C e os arenitos estes valores situaram-se entre 0,5 e 1Pa.
O horizonte C e os arenitos das Camadas 2C e 1A foram os materiais mais potencialmente
erodíveis. Devido a fração fina ser pequena, pouca matéria orgânica e baixa plasticidade,
estes horizontes/camadas são mais erodíveis que os solos estudados por Bastos (1999) e
Fernandes (2011). Os critérios que obtiveram melhor correlação com a proposta geotécnica
de Bastos (1999) foram o coeficiente de erodibilidade obtido no ensaio Inderbitzen e o
critério de erodibilidade da metodologia MCT.