Tecnologia de sementes e desenvolvimento de mudas de Handroanthus heptaphyllus (Mart.) Mattos sob diferentes formas de manejo no viveiro e no campo
Resumo
A espécie Handroanthus heptaphyllus (ipê-roxo) possui importância ecológica e comercial,
sendo utilizada em diversos fins desde fins madeireiros até recuperação ambiental, além de
fins medicinais. Assim, o presente trabalho teve o objetivo de avaliar e estabelecer técnicas
adequadas para o conhecimento do processo de produção de sementes e mudas florestais de
H. heptaphyllus. As sementes coletadas no município de Santa Maria (RS)s formaram o lote a
ser estudado, esse foi dividido em duas porções, uma destinada ao experimento 1 e outra ao 2.
No experimento 1, avaliou-se o grau de umidade GU (4 repetições de 25 sementes) e a
condutividade elétrica - CE (duas quantidades de sementes - 25 e 50 e, três volumes de água
destilada 25, 50 e 75 mL). Além de avaliar diferentes substratos (papel mata-borrão, papel
filtro, vermiculita, areia, ambos nos arranjos sobre e entre, além do rolo de papel), visando um
com maior germinação (G). No experimento 2, as sementes foram armazenadas por 300 dias
em três ambientes (sala seca e fria SSF 18ºC e 49% de Umidade Relativa (UR); câmara
fria e úmida - CUF 8ºC e 80% UR e; câmara seca e fria CSF 7,5ºC e 55% UR). Após
esse período, determinou-se o GU, CE, G e sanidade. Em viveiro avaliou-se o efeito de dois
volumes de tubete (110 e 180 cm3) com quatro doses de fertilizante de liberação controlada
(FLC), NPK (18-05-09), nas doses de 0 (testemunha), 2,5; 5,0 e 7,5 g.L-1. Aos 180 dias após o
semeio as avaliações de altura (H), diâmetro coleto (DC), relação H/DC, massas secas e área
foliar. No campo submeteu-se as mudas sob intensidades luminosas de 0 (pleno sol PS
testemunha), 18, 50 e 70% de sombra, avaliadas durante 360 dias, verificando-se a
sobrevivência, H, DC, H/DC, teor de clorofila total, relação clorofila a/clorofila b, teor de
carotenoides, fluorescência inicial da clorofila a e eficiência fotoquímica máxima do
fotossistema II. O teste de germinação de sementes de H. heptaphyllus pode ser realizado
sobre areia, com contagem inicial (PC) de plântulas aos 16 dias após a semeadura e final (UC)
aos 19. O armazenamento das sementes de H. heptaphyllus por 300 dias pode ser realizado
em SSF e/ou CSF, sendo a PC e UC aos 9 e 29 dias e, aos 14 e 23 dias, respectivamente,
sendo que esta apresenta comportamento intermediário em relação ao dessecamento. A CFS
foi o ambiente mais adequado para redução da incidência de patógenos. A espécie é exigente
nutricionalmente respondendo a elevada dose de FLC, com dose mínima de 7,2 g.L-1 para 110
cm³ e 6,1 g.L-1 para 180 cm³, com potencial para responder a doses superiores a 7,5 g.L-1.
Mudas a campo de H. heptaphyllus apresentam sobrevivência elevada e crescimento
adequado a PS, porém, não se recomenda 50 e 70% de sombreamento. Houve aumento dos
níveis de clorofila total e carotenoides e, menor fluorescência da clorofila a. Recomenda-se a
espécie em reflorestamento e recuperação de áreas degradadas, inclusive a PS.