Crescimento e fisiologia de mudas de Myrocarpus frondosus Allem. (Fabaceae) e Luehea divaricata Mart. & Zucc. (Malvaceae) sob diferentes níveis de sombreamento
Resumo
As espécies florestais Luehea divaricata Mart. & Zucc. (Malvaceae), vulgarmente denominada Açoita-cavalo, e Myrocarpus frondosus Allem. (Fabaceae), denominada Cabreúva, são bastante conhecidas no Rio Grande do Sul, Brasil, pela importância econômica e ecológica. O objetivo deste trabalho foi determinar o crescimento e o comportamento eco-fisiológico de mudas, submetidas à diferentes níveis de sombreamento e estabelecer condições ideais de luminosidade para o crescimento inicial. O trabalho foi conduzido em casa de sombra com quatro tratamentos: 0% (pleno sol) e 30%, 50%, e 70% de sombreamento. Cada tratamento teve quinze plantas por espécie. Cinco plantas de cada tratamento e espécie foram coletadas nos tempos de: seis, onze e dezessete meses. As medições foram mensais de junho de 2014 a outubro de 2015. Para causar o efeito de sombreamento utilizou-se sombrites. As características avaliadas e quantificadas foram: Altura da planta h; diâmetro do caule d; Área foliar AF; Área foliar específica AFE; Teor de massa fresca e seca de folhas MFF e MSF; Massa fresca de raiz MFR e Massa seca de raiz - MSR; Volume de raiz VolR; Massa fresca do caule - MFC e massa seca do caule - MSC; Número de folhas NF; Número de brotos (Açoita-cavalo) NB; Teores de clorofilas Tcl, clorofilas a, clorofilas b e clorofilas totais; Teor de carotenóide Carot.; e parâmeros de trocas gasosas. A coleta de dados de crescimento e biomassa estenderam-se por dezessete meses e de tocas gasosas por doze meses. Os dados foram analisados em delineamento experimental inteiramente casualizado. Quando detectado a diferença entre os tratamentos e entre os blocos, aplicou-se o Teste de Tukey, (α = 0,05). Considerou-se cada mês como sendo um bloco. Em NF e NB, para Açoita-cavalo e Cabreúva, as maiores médias ocorreram durante as estações com maior período de luz e nos tratamentos com maior luminosidade e as menores médias nas estações com menos luz e nos tratamentos mais escuros. Na AF e na AFE, para Açoita-cavalo o 70% com maior média diferiu dos tratamentos com mais luz com menor média. O mesmo ocorreu para a Cabreúva onde a AF, no tratamento de 70%, apresentou a maior média diferindo do tratamento 0% que apresentou menor média. Em AFE não ocorreram diferenças entre os tratamentos. Os maiores teores de pigmentos fotossintéticos ocorreram em plantas de ambientes de sombra. Os níveis de sombra combinados com a luminosidade do ambiente melhora o crescimento das plantas nas estações com maior període de luminosidade. O crescimento das plantas foi sensível às variações climáticas de cada estação. As plantas de M. frondosus e L. divaricata ajustaram suas estruturas aos ambientes que foram inseridas e de acordo com a sazonalidade para garantir sua sobrevivência, podendo-se indicar que as espécies sejam plantadas no enriquecimento de capoeira, intercalando-as com outras espécies que lhes proporcione sombreamento e microclima que propicie a sua adaptação e consequentemente seu crescimento sadio no campo.