Avaliação termográfica de selas usadas em cavalos de salto
Resumo
A dor e/ou desconforto induzidos por mau ajuste ou posicionamento inadequado da sela é uma causa freqüente de dorsopatia. O presente trabalho avaliou 62 selas usadas em 129 cavalos de salto. Dos cavalos foram colhidos dados sobre idade, raça, sexo, escore corporal, nível de competição, alterações no desempenho ou ao selar, dificuldade na execução de determinados exercícios e dor lombar. Das 62 selas foram tabuladas as informações referentes ao tempo de uso, número de cavalos e cavaleiros que a utilizam e, do cavaleiro o nível em que este compete. Antes e após o treinamento os cavalos foram submetidos à termografia da região tóraco-lombar. A sela usada foi avaliada com auxílio da termografia logo após sua retirada do animal depois de finalizado o treinamento. Cada sela foi usada em média por 4,6 ± 3,7 cavalos. Com a termografia, foi identificada assimetria entre os painéis em 62,8% e contato com a coluna tóraco-lombar na sua linha média dorsal em 37,2% das selas avaliadas. Também foram encontrados, após o trabalho, pontos assimétricos de calor na coluna em 28,7% e na cernelha em 33,3% dos cavalos. A imagem termográfica da coluna tóraco-lombar após o exercício foi assimétrica em 55,8% (n=72) dos animais. Somente 51,2% das selas apresentaram de 76 a 100% de contato entre seus painéis e o dorso do cavalo. Em repouso, 39,5% dos animais apresentaram um ponto de calor compatível com uma área de pressão da sela. Não houve interação entre assimetrias na sela e no dorso dos cavalos. A termografia mostrou ser uma ferramenta útil na avaliação do ajuste e posicionamento da sela usada em cavalos de salto.