Concentração plasmática de cálcio em fêmeas ovinas no pós-parto
Resumo
A criação de ovinos pode ser adequada a diferentes sistemas de produção, de acordo com as disponibilidades e características de cada propriedade rural, visando o aumento da lucratividade. O presente trabalho teve como objetivo comparar concentrações de cálcio plasmático em fêmeas ovinas no pós-parto em dois sistemas de produção. Para isso, amostras de sangue coletadas nas primeiras 24 horas pós-parto foram utilizadas para a avaliação de cálcio plasmático. Ainda, foi avaliado o tempo do segundo e do terceiro estágios do parto. As fêmeas ovinas pertencentes a duas propriedades distintas da região central do estado do Rio Grande do Sul, com diferentes sistemas de produção, foram alocadas em dois grupos experimentais, o grupo 1 (sINT, n= 29) formado por animais gestantes do sistema semi-intensivo e grupo 2 (EXT, n=13) fêmeas gestantes do sistema extensivo. Os resultados demonstram que em diferentes sistemas de produção as concentrações plasmáticas de cálcio apresentam diferença (P< 0,05). No sistema semi-intensivo (sINT) os valores médios de cálcio foram 9,43 ± 0,16 mg/dl e no sistema extensivo (EXT) 7,64 ± 0,16 mg/dl. A dieta durante a gestação influencia o peso do cordeiro ao nascer, devido a uma maior mobilização de nutrientes para o feto. No sINT o peso do feto foi 5,58 ± 0,18 kg e EXT 3,97 ± 0,26 kg. O peso do feto influencia o tempo de segundo estágio do parto, que diferiram nos dois sistemas (P< 0,05). No grupo sINT foi de 69,30 ± 4,19 minutos e no EXT de 41,07 ± 7,08 minutos. O tempo do terceiro estágio do parto, a idade e o escore de condição corporal das fêmeas não diferiram entre os sistemas. Estes resultados sugerem que existem diferenças entre os dois sistemas de produção, e mesmo ovelhas com hipocalcemia subclínica (EXT), o tempo em segundo estágio do parto é menor do que em ovelhas que não apresentam hipocalcemia (sINT). Porém, o que realmente influenciará o segundo estágio do parto é o peso do feto. Pode-se concluir que como consequência da hipocalcemia subclínica podem ocorrer perdas em produção de leite pela matriz, o que poderá refletir em um menor peso do cordeiro ao desmame e uma carcaça mais leve no abate, gerando prejuízos significativos em produtividade.