Associação de esquemas iniciais desadaptativos em transtornos do eixo I
Resumo
O presente estudo teve como objetivo principal averiguar a existência de associação de Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) em transtornos agudos de Eixo I numa amostra clínica mista de 21 mulheres e 10 homens, com idades compreendidas entre os 18 e 57 anos. Foram utilizados dois instrumentos de avaliação: o Questionário de Esquemas de Young - versão breve (YSQ-S3) e a entrevista diagnóstica M.I.N.I. Plus Version 5.0.0. Para tal, foi realizado como método um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa. A amostra possibilitou avaliar associação de EIDs com a categoria diagnóstica de ansiedade, de humor, de bipolaridade, de transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e da comorbidade de transtorno de pânico com agorafobia e TAG. Após a coleta, os dados foram submetidos a procedimentos estatísticos e análises realizadas através do Teste Exato de Fisher. Os resultados encontrados foram uma significância p 0,043 do EID de Subjugação para o grupo de transtornos de ansiedade e uma significância p 0,048 do segundo Domínio esquemático Autonomia e desempenho prejudicados para a comorbidade de pânico com agorafobia e TAG, em comparação aos outros diagnósticos de ansiedade encontrados nos estudos. Não foram encontradas significâncias de EIDs para bipolaridade, TAG e em transtornos de humor. A literatura atual aponta que a Teoria do Esquema tem sido aplicada mais frequentemente a perturbações da personalidade, entretanto a estabilidade dos Esquemas Iniciais Desadaptativos combinam como um fator de vulnerabilidade para transtornos de humor e ansiedade. Assim sendo, a Terapia do Esquema vem apresentando relevância para os transtornos agudos, especialmente entre os casos mais crônicos de humor e ansiedade, que apresentam níveis elevados de EIDs. Pesquisas ainda são necessárias para reforçar tal afirmação e identificar melhor os casos que podem se beneficiar mais.