Imagens sociais e infância: concepções e estigmas
Fecha
2016-01-18Metadatos
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Este estudo constitui-se em um recorte de pesquisa transcultural entre Brasil e Portugal, a qual teve como intuito conhecer as imagens sociais de crianças e jovens institucionalizados, não-institucionalizados e suas famílias. Assim, utilizou-se de dados coletados no Brasil referente às crianças, de estatuto socioeconômico médio e baixo, e às crianças em acolhimento institucional, e configura-se como de caráter quanti-qualitativo. Participaram do estudo 83 adultos, residentes em três municípios do estado do Rio Grande do Sul com idade entre 16 e 62 anos (M = 31,99, D.P = 11,46), que indicaram 648 características para descrever crianças de diferentes contextos (institucionalizadas, de estatuto socioeconômico médio e baixo). Foi utilizado um questionário aberto e a análise dos dados ocorreu em três etapas: a primeira etapa consistiu de uma análise de conteúdo, a segunda numa análise de juízes por consenso e a terceira em uma análise de frequências. Essas etapas permitiram a identificação final de 404 atributos associados ao foco do estudo. Os resultados encontrados demonstraram um predomínio de imagens negativas sobre as crianças pertencentes ao estatuto socioeconômico baixo, bem como as crianças institucionalizadas, em contraponto às crianças pertencentes ao estatuto socioeconômico médio, em que predominaram imagens mais positivas. O Teste Z identificou diferença significativa em todas as categorias de análise para a criança institucionalizada, sendo que os aspectos negativos foram mais frequentes que os aspectos positivos. Além disso, a criança institucionalizada foi retratada de forma negativa quando comparada à criança de estatuto socioeconômico médio nas categorias Segurança e Proteção, Atitudes Interpessoais e Afeto, e nas categorias Segurança e Proteção e Afeto quando comparadas às crianças de estatuto socioeconômico baixo, evidenciando um processo de estigmatização. Isso demonstra que existem crenças negativas sobre as crianças pobres e institucionalizadas que interferem na sua inserção social, visto a discriminação, exclusão e estereotipagem que sofrem. Cabe a sociedade mudanças que transformem essas imagens sociais pré-concebidas a respeito dessas crianças, fazendo valer o preconizado pelas normas vigentes que defendem seus direitos e reconhecem seu estatuto de cidadãs.