Freqüência de suplementação e fonte de nitrogênio suplementar e sua relação com o valor alimentar de dietas baseadas em feno de quicuio (Pennisetum clandestinum) fornecidas para ovinos
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Data
2008-02-15Segundo membro da banca
Repetto, José Luis
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Para avaliar se as freqüências de oferta de suplemento, com diferentes tipos de
nitrogênio degradável, influenciam os processos de digestão e a utilização do feno de uma
gramínea tropical, foi realizado um estudo de digestibilidade in vivo, utilizando oito ovinos
machos castrados (PV médio 35 ± 4 Kg), mantidos em gaiolas de metabolismo individuais em
um delineamento duplo quadrado latino 4x4 em um esquema fatorial 2x2. Como volumoso
foi utilizado feno de capim quicuio (Pennisetum clandestinum) com 70 dias de rebrota, como
suplemento foi utilizada uma mistura a base de farinha de mandioca mais uréia ou caseinato
de cálcio, além de uma mistura de sal mineral comercial e melaço em pó. Os tratamentos
foram duas freqüências de suplementação × duas fontes de nitrogênio. As combinações foram
suplementação com farinha de mandioca mais caseinato fornecido uma vez ao dia (manhã) e
duas vezes ao dia (manhã e tarde) e suplementação com farinha de mandioca mais uréia uma
vez ao dia (manhã) e duas vezes ao dia (manhã e tarde) à nível de 7 g/Kg de PV. O volumoso
foi fornecido Ad. Libitum duas vezes ao dia (manhã e tarde). Os animais quando
suplementados duas vezes ao dia consumiram maior quantidade das frações brutas, tanto em
valores absolutos, como em proporção ao PV ou peso metabólico (P<0,05) e tenderam a
consumir maior quantidade de energia digestível e a sintetizar mais proteína microbiana
(P<0,10). A freqüência de suplementação não influenciou na digestibilidade e a eficiência da
síntese de proteína microbiana. Somente houve uma tendência de quando os animais foram
suplementados com caseinato consumirem maior quantidade de matéria seca em relação ao
peso vivo e matéria orgânica em g/Kg de peso metabólico (P<0,10), não havendo mais
nenhum efeito da suplementação com diferentes fontes de nitrogênio degradável no rúmen.
Houve interação fonte de nitrogênio × freqüência de suplementação no consumo de matéria
orgânica digestível e energia digestível onde os animais quando recebendo suplemento com
caseinato duas vezes ao dia e quando suplementados com uréia uma vez ao dia consumiram
mais destas frações. Quando os animais foram suplementados uma vez por dia apresentaram
maiores concentrações ruminais de açucares (CHO) (P<0,05), e o pH, amônia (NH3) e
peptídeos + aminoácidos (pep+aa) não foram influenciados pelas diferentes freqüências de
suplementação. Maiores concentrações ruminais de NH3 e menores de pep+aa foram
observadas quando os animais foram suplementados com uréia (P<0,05). A suplementação
com farinha de mandioca mais caseinato fornecido duas vezes ao dia manifestou ser superior
as demais suplementações, no entanto os mecanismos não ficaram bem estabelecidos,
necessitando estudos adicionais.