Respostas de pastagem natural, localizada em área da depressão central do Rio Grande do Sul, à adubação e à disponibilidade hídrica
Resumo
O presente trabalho foi realizado em área de pastagem natural no município de Restinga Sêca, RS, e teve como objetivos analisar a produtividade, qualidade, composição botânica e os
atributos biológicos vegetais da pastagem natural em resposta à adubação e à disponibilidade hídrica. A adubação aumentou a produtividade da pastagem nativa. A taxa de acúmulo de MS Total tanto na área seca como na úmida, ambas adubadas foi de 102 kg/ha/dia. Nas mesmas
áreas, não-adubadas, foi de 47 e 41 kg/ha/dia, respectivamente. Com relação ao material verde, a adubação também aumentou a produtividade chegando a taxas de acúmulo diária de 70 e 93 kg/ha para área seca e úmida, respectivamente, nessas áreas não-adubadas, as taxas
foram de 29 e 25 kg/ha/dia. Além disso, aumentou o índice de nitrogênio e de PB nos tecidos vegetais e a quantidade de MM nas parcelas. A disponibilidade hídrica influenciou nos
componentes da pastagem, quanto maior a disponibilidade de água, menor a quantidade de componentes como folha estreita, folha larga e leguminosas e maior a quantidade de FDN nos tecidos, principalmente no período de primavera. Tanto a adubação como a maior disponibilidade hídrica diminuíram a riqueza de espécies, fazendo com que algumas espécies adaptadas a essas condições dominassem a comunidade. Formaram-se dois grupos funcionais
a partir dos atributos biológicos vegetais, um grupo de captura de recursos, com alta AFE (26) e baixo TMS (234), onde fazem parte as espécies Paspalum pumilum, Paspalum urvillei, Paspalum pauciciliatum, Axonopus affinis e Setaria glauca. O outro grupo é de conservação de recursos, com baixa AFE (21) e alto TMS (323), onde Paspalum notatum e Andropogon lateralis foram as espécies agrupadas.