Avaliação de dois sistemas forrageiros sob pastejo com vacas leiteiras
Resumo
O trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar dois sistemas forrageiros tendo
como componentes comuns o capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum.), o azevém
(Lolium multiflorum Lam.), e as espécies de crescimento espontâneo variando em um sistema
o consórcio com o trevo branco (Trifolium repens L.), e em outro, com o amendoim
forrageiro (Arachis pintoi Kraprov. & Gregory), manejados sob pastejo rotacionado. O
experimento foi realizado no período de 24 de abril de 2007 a 30 de abril de 2008, totalizando
371 dias. Para a avaliação foram usados quatro piquetes com 0,25 ha cada um, onde o capimelefante
encontrava-se estabelecido com espaçamento de 4 m entre linhas. No período
hibernal, nas entrelinhas do capim-elefante, fez-se o estabelecimento do azevém e em dois
piquetes semeou-se o trevo branco e nos outros dois se preservou o amendoim forrageiro, que
já se encontrava estabelecido. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado
com dois tratamentos (sistemas forrageiros), duas repetições de área (piquetes) e em parcelas
subdivididas no tempo (ciclos de pastejo). As pastagens foram adubadas com 100, 60 e 100
kg/ha de N, P2O5 e K2O, respectivamente. Como animais experimentais foram utilizadas
vacas em lactação da raça Holandesa, recebendo complementação alimentar de 6 e 5 kg de
concentrado/dia nos períodos estival e hibernal, respectivamente. O peso médio das vacas foi
de 514±35,9 kg e produção média de leite de 20,80±2,23 kg/dia. Durante a avaliação foram
realizados 11 pastejos, seis no período hibernal, definido pela participação do azevém, e cinco
no período estival, avaliando-se a massa de forragem de pré e pós-pastejo; as composições
botânica da pastagem e estrutural do capim-elefante, do azevém e das leguminosas; as taxas
de acúmulo e de desaparecimento de matéria seca; a carga animal e a composição química do
pasto (a partir de amostras de simulação de pastejo). Os resultados demonstram que a
composição botânica avaliada em cada tratamento contribuiu para equilibrar, em parte, a
oferta e a composição química da forragem no decorrer do ano. Considerando-se os dados
médios da massa de forragem, das taxas de acúmulo e de desaparecimento de matéria seca, e
a lotação, verificou-se melhor desempenho no sistema forrageiro envolvendo o amendoim
forrageiro. Os sistemas forrageiros apresentaram composição química similar, apontando para
um sinergismo entre as espécies de gramíneas e leguminosas. No entanto, observa-se a
necessidade de se aperfeiçoar os sistemas forrageiros para elevar a produção de massa de
forragem no início do período hibernal, especialmente em relação à contribuição das
leguminosas.