Componentes de covariâncias estimados por metodologia bayesiana para parâmetros biológicos obtidos por modelos não lineares para bubalinos da raça Murrah
Resumo
Objetivou-se com este trabalho estudar o ajuste de modelos não-lineares Von Bertalanffy, Brody, Gompertz e Logístico aos dados de crescimento de búfalos(as) da raça Murrah criados em terras baixas no Estado do Rio Grande do Sul e estimar os componentes de (co)variâncias, sob enfoque Bayesiano, para os parâmetros da curva de crescimento com interpretação biológica. No Capítulo 01 foram estudados os ajustes dos modelos não-lineares, supracitados, aos dados de crescimento para um grupo de 63 búfalas, nascidas no período de 1982 a 1989, filhas de três reprodutores e 38 matrizes.
Foram avaliadas as características Peso Assintótico (A) e a Taxa de Maturação (K). Os pares de registro peso-idade totalizaram 26 pesagens/fêmea e 1.638 observações. Os critérios utilizados para selecionar o modelo de melhor ajuste à curva de crescimento foram: desvio padrão assintótico (DPA); o coeficiente de determinação (R2); o desvio médio absoluto dos resíduos (DMA) e o índice assintótico (IA). Em ordem crescente, os modelos Von Bertalanffy, Gompertz, Brody e Logístico superestimaram o PN em 28,55; 32,74; 42,70 e 43,45 kg, respectivamente. O modelo Logístico
subestimou o A (-2,09 kg) e os demais modelos (Gompertz, Von Bertalanffy e Brody) superestimaram este parâmetro, em: 8,04; 17,7 e 280,33 kg, respectivamente. Com base nos critérios de ajuste e na visualização das curvas preditas, o modelo Gompertz, seguido dos modelos Logístico e Von
Bertalanffy seriam os de melhor ajuste. No Capítulo 02 estudaram-se os ajustes dos mesmos modelos para as mesmas características referenciados no Capítulo 01, aos dados de crescimento para um grupo de 64 búfalos, nascidos no período de 1982 a 1989, filhos de três reprodutores e 42 matrizes. Concluiu-se que todos os modelos superestimaram o PN. Os modelos Von Bertalanffy e Brody superestimaram o A em 14,7 e 167,22 kg, respectivamente, ao passo que os modelos Gompertz e Logístico o subestimaram em 5 e 13 kg, respectivamente. Considerando todos os critérios, o modelo
Logístico apresentou o melhor ajuste seguido dos modelos Gompertz e Von Bertalanffy. Sugere-se que o modelo Brody não seja utilizado para descrever a curva de crescimento de búfalos(as) da raça Murrah, criados sob as condições deste trabalho. No Capítulo 03, foram estimados os componentes de
(co)variâncias e os parâmetros genéticos sob enfoque Bayesiano, utilizando os programas da Família BLUPF90, dos parâmetros A e K, estimados pelo modelo Gompertz, adotando um modelo animal. Os coeficientes de herdabilidade foram de elevada magnitude tanto para A quanto para K (0,57 e 0,34,
respectivamente), indicando que a seleção pode ser usada como instrumento para alterar a forma da curva de crescimento desses animais. Entretanto, o uso dessas informações deve ser feito com grande cautela, uma vez que as características a serem trabalhadas na modificação do formato da curva de crescimento são negativamente correlacionadas, além também, da grande variabilidade das
estimativas. Neste caso, os índices de seleção restritos poderiam ser utilizados com maior sucesso.