Utilização da borra de soja na terminação de novilhos em confinamento
Resumo
O objetivo do presente estudo foi avaliar a viabilidade da borra de soja na terminação de bovinos confinados. No experimento foram utilizados 30 machos castrados com idade e peso vivo médio inicial de 20 meses e 328,3 kg, respectivamente, oriundos do Laboratório de Bovinocultura de Corte. Os bovinos permaneceram em confinamento por um período de 84 dias, até atingir acabamento adequado, sendo que cada tratamento foi composto por seis animais experimentais, cruzas Charolês - Nelore. Durante o experimento os animais receberam dieta com relação volumoso: concentrado de 40:60 (base na matéria seca), sendo utilizado como volumoso a silagem de milho e concentrado a base de casca de soja, farelo de soja, borra de soja, cloreto de sódio e calcário calcítico. Os novilhos foram distribuídos nos seguintes tratamentos: 0,0; 3,0; 6,0; 9,0 e 12,0% de borra de soja na dieta, os quais continham 2,90; 4,05; 5,26; 6,52 e 7,80% de extrato etéreo na dieta, respectivamente. Os consumos de matéria seca, proteína bruta e energia digestível, expressos em kg/dia, em % do peso vivo e por unidade de tamanho metabólico não diferiram (P>0,05) entre os tratamentos. Entretanto, o consumo de extrato etéreo, de fibras detergente neutro e ácido decresceram (P<0,05) com o aumento da inclusão de borra de soja na dieta (CEE = 0,303+0,035BS; CFDN = 5,71 0,11BS; CFDA = 3,89 0,08BS em kg/dia, respectivamente), a eficiência de extrato etéreo, de fibra detergente neutro e ácido apresentaram comportamento linear decrescente (P<0,05). O desempenho dos novilhos foi semelhante (P>0,05) entre os tratamentos, com ganho médio diário de 1,542 kg, peso de abate 457,95 kg e conversão alimentar de 6,35 kg MS/kg PV. Em relação ao comportamento ingestivo o aumento no nível de inclusão de borra de soja na dieta, não influenciou (P>0,05) o tempo despendido com alimentação, ruminação e ócio, com valores de 3,11; 5,55 e 13,33 h, respectivamente. A inclusão de borra de soja não influenciou (P>0,05) no número de bolos mastigados por dia, tempo de mastigação por bolo e no número de mastigadas por bolo ruminado. Os animas que consumiram maior quantidade de borra foram menos eficientes na ruminação da fibra em detergente neutro (ERFDN = 859,11 22,69BS). O uso da borra de soja até o limite de 7,8% de extrato etéreo na dieta de bovinos confinados é viável, em função de não alterar o comportamento ingestivo e a resposta animal.