Valor alimentar do feno de Tifton 85 (Cynodon sp.) com ou sem suplementação com uréia, caseína ou farinha de mandioca
Resumen
Para avaliar o efeito do tipo de suplemento sobre o valor alimentar de dietas a base de um feno de baixa qualidade, foram utilizados dez cordeiros Corriedale × Texel (PV médio de 21 ± 3 kg), mantidos em gaiolas de metabolismo, em um delineamento experimental duplo Quadrado Latino 5 x 5. Foi utilizado um feno de Tifton 85 (Cynodon dactylon x C. nlemfuensis) com 90 dias de rebrota e os suplementos testados foram uréia (U), farinha de mandioca (FM), farinha de mandioca mais uréia (FMU) ou farinha de mandioca mais caseinato de sódio (FMC). Também foi incluído um tratamento controle (F) (sem suplemento). O consumo da fibra e do feno, assim como a digestibilidade da fibra, a síntese de proteína microbiana e a retenção de nitrogênio (N) foram menores (P<0.05) pelos cordeiros suplementados apenas com farinha de mandioca. O consumo de matéria orgânica total (MO), assim como de energia digestível, a síntese de proteína microbiana e a retenção de N foram melhorados (P<0.05) somente pelos animais suplementados com farinha de mandioca mais uréia ou caseinato. Os cordeiros não suplementados ou suplementados apenas com farinha de mandioca apresentaram as menores (P<0.05) concentrações de amônia ruminal. A concentração ruminal de açúcares foi mais alta (P<0.05) nos cordeiros suplementados somente com farinha de mandioca. O tratamento com caseína proporcionou as mais altas (P<0.05) concentrações ruminais de aminoácidos e peptídeos. A utilização do feno pelos cordeiros não foi melhorada por nenhum dos suplementos testados e foi marcadamente prejudicada quando a farinha de mandioca foi o único suplemento. Este efeito, entretanto, provavelmente não foi devido ao decréscimo no pH ruminal, pois os valores estiveram sempre próximos a 7,0. O aumento da oferta de nutrientes aos animais consumindo um feno de baixa qualidade foi dependente da suplementação concomitante de substratos energéticos e nitrogenados, mas nenhum dos suplementos testados melhorou o uso da forragem, indicando que sua utilização não é limitada pela disponibilidade de substratos às bactérias ruminais. É possível que os fatores limitantes ao aproveitamento da forragem estejam associados às características físicas, químicas e anatômicas da planta, que limitaram o acesso das bactérias aos substratos ou, de outra forma, é possível que os suplementos tenham afetado a taxa de passagem da digesta pelo trato digestivo dos animais. Estudos em que estes aspectos sejam conjuntamente avaliados, contudo, necessitam ainda serem conduzidos