O museu Julio de Castilhos no período 1960-1980: acervos, discursos, representações e práticas através de uma exposição museológica
Resumo
O presente estudo tem como foco central uma exposição museológica desenvolvida a
partir da investigação sobre a historicidade do Museu Julio de Castilhos no tempo histórico
social de 1960-1980. Conferi na pesquisa os discursos museológicos produzidos, as práticas, as
representações constituídas naquele período e que determinaram uma imaginação museal
(CHAGAS, 2009) a respeito da Instituição, sobre a história construída nela, e sobre seus
semióforos. A historicidade do Museu Julio de Castilhos naqueles anos de 1960-1980, até então
desconhecida, procurou averiguar, revelar e tornar acessível ao campo museológico e
historiográfico que, os sujeitos sociais que administraram a Instituição, estiveram politicamente
enraizados, engajados e influenciados de um contexto histórico e político, e isso influenciou o
balizamento do Museu Julio de Castilhos como museu histórico. Analisadas as coleções
musealizadas e expostas na época, percebi que há um permanente jogo entre a vontade de
memória e a intenção de refletir sobre a História. O que aconteceu no Museu Julio de
Castilhos nos anos 1960-1980, pode ser visto pela perspectiva da imprecisão de uma política
cultural, patrimonial e museológica das instancias federal e estadual e que ao mesmo tempo
estiveram ideologizadas. Isso fica claro quando se pondera a respeito das frequentes alterações
de linha nas atividades desenvolvidas pelo Museu, logo que mudavam as diretorias. Também
pode ser vista pela ameaça, e a efetiva perda das coleções de armas. Descuido, negligencia,
fechamentos constantes da Instituição, decorrentes de problemas na infraestrutura, carência de
investimentos e recursos, são problemas escondidos com a realização de eventos midiáticos e
populistas, na Instituição. Essa constituiu a história comunicada pela exposição.