Distribuição espaço-temporal de comunidades de girinos (Amphibia: Anura) no cerrado sul-mato-grossense
Fecha
2011-02-25Metadatos
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Estudamos a riqueza, a abundância e a distribuição espaço-temporal de comunidades de
girinos em oito poças em uma área de cerrado no estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. Nós
realizamos o presente estudo durante uma estação chuvosa (outubro de 2009 a março de
2010). Assim, determinamos a amplitude de nicho espacial e temporal, através do Índice de
Levins padronizado e utilizamos modelos nulos para explorar os padrões de sobreposição de
nicho. Adicionalmente, avaliamos influência de descritores ambientais e da distribuição
espacial das poças sobre as comunidades de girinos estudadas. Para tanto, utilizamos análises
de redundância (RDA), considerando três fases da estação chuvosa (início, meio e final).
Registramos girinos de 18 espécies, pertencentes a quatro famílias: Hylidae, Leiuperidae,
Leptodactylidae e Microhylidae. Em relação à amplitude de nicho espacial, a maioria das
espécies foi considerada especialista em relação à utilização das poças (BA < 0,20), enquanto
no nicho temporal a maioria foi considerada generalista (BA > 0,50). A sobreposição de nicho
espacial não diferiu do esperado ao acaso, enquanto a sobreposição de nicho temporal foi
claramente não aleatória. A sobreposição de nicho temporal apresentou correlação negativa
com as guildas ecomorfológicas, mesmo após retirado o efeito filogenético. Tal padrão pode
figurar um mecanismo de diminuição da pressão competitiva entre as espécies
ecologicamente similares. Em relação aos componentes ambientais e espaciais, estes tiveram
influência e importância diferenciadas ao longo da estação chuvosa. No início estação a área
das poças e a porcentagem de vegetação marginal com até 30 cm de altura, foram os
descritores relacionados à organização das comunidades. Durante a estação chuvosa plena, a
porcentagem da vegetação marginal com até 40 cm de altura, a porcentagem de margens
planas, a profundidade, bem como duas covariáveis espaciais explicaram a distribuição
espacial das espécies, seguida pelas variáveis ambientais puras e pelas variáveis espaciais
puras. Ao final da estação chuvosa nenhum descritor ambiental ou espacial foi incluído no
modelo. A importância dos descritores ambientais, do componente espacial e dos descritores
espacialmente estruturados variou ao longo da estação chuvosa, indicando que processos
dinâmicos ao longo do tempo são responsáveis pela organização das comunidades larvárias
estudadas.