A escrita de si em Boyhood, de J. M. Coetzee
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2016-12-15Metadatos
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Boyhood (1997) é o primeiro volume da trilogia autobiográfica Scenes from Provincial Life, do escritor sul-africano J. M. Coetzee. A narrativa de Boyhood tem características peculiares para um romance autobiográfico, como o narrador em terceira pessoa e o uso do tempo presente. A hipótese de pesquisa é que o protagonista, o menino John Coetzee, descobre-se e descobre-se no regime do apartheid, e essa autodescoberta não se dá pela forma de ensinamento ou de relato a partir de uma narrativa consciente e racional. O processo de descobrir-se dentro desse regime dá-se através de sua consciência infantil, de observações pueris e da construção da percepção geral do protagonista. A partir dessa hipótese, discutimos nessa dissertação narrativas da escrita do eu e narrativas confessionais tradicionais na literatura, baseada em estudos teóricos de Coetzee, para, posteriormente, analisamos algumas das principais características da narrativa nessa obra para verificar como a técnicas de confissão não-religiosas estão presentes em Boyhood. Coetzee manipula essas técnicas evitando a típica narrativa confessional presente em autores como Agostinho, J. J. Rousseau e Dostoievski. Neste estudo, observamos também que os episódios da narrativa dão-se a partir da confissão, um método autoinvestigativo que traz à tona conteúdos dolorosos a serem confessados. Dentre esses conteúdos, também notamos que os sentimentos de culpa e de vergonha são recorrentes em boa parte dessas experiências do protagonista. A narrativa confessional é um método que Coetzee utiliza para depurar o conhecimento e selecionar os temas apresentados em Boyhood, diferente de narrativas confessionais tradicionais.
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