Funcionalidade do assoalho pélvico de idosas ativas fisicamente com e sem incontinência urinária de acordo com estrato etário
Resumo
Estudos relatam que a Incontinência Urinária (IU) está associada à funcionalidade do assoalho pélvico, porém, pouco se sabe sobre essa relação em mulheres idosas ativas fisicamente de acordo com o estrato etário. O objetivo deste estudo foi analisar a funcionalidade do assoalho pélvico de mulheres idosas fisicamente ativas com e sem incontinência urinária, de acordo com o estrato etário. Trata-se de uma pesquisa descritiva do tipo comparativa. As participantes do estudo foram79 idosas, com idade entre 60 e 77 anos, com função cognitiva preservada (Mini Exame do Estado Mental), com independência funcional (Escala de Katz) e ativas fisicamente (avaliadas pelo acelerômetro), cadastradas em programa de extensão universitário e unidade básica de saúde do município de Santa Maria, RS. Como instrumentos de pesquisa foram utilizados: a ficha diagnóstica com dados de identificação, características sociodemográficas, aspectos uroginecológicos, condições de saúde como presença ou não de IU e prática de atividade física. A avaliação funcional do assoalho pélvico foi realizada por meio do Esquema PERFECT. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria. Após convite, mediante contato direto com as participantes nos locais onde participam de atividades da terceira idade, foi agendada a coleta de dados. Nesta, os instrumentos foram aplicados individualmente em forma de entrevista, em espaço físico adequado e por pesquisadoras previamente treinadas. O acelerômetro foi utilizado por sete dias da semana, com orientação prévia para a utilização. Para comparar o assoalho pélvico e seus componentes (força, resistência, repetição e rapidez) com as idosas com e sem IU foi utilizado o teste t para amostras independentes ou teste U de Mann Whitney (variáveis contínuas), conforme distribuição dos dados, ou Qui Quadrado ou Exato de Fisher (variáveis categóricas). O nível de significância foi de 5%. Participaram do estudo 79 idosas ativas fisicamente, sendo 40 com e 39 sem IU. As idosas praticavam maior percentual semanal de atividades físicas leves. Quanto à funcionalidade do assoalho pélvico, as idosas de ambos os grupos apresentaram uma força mediana de 2 a 3, manutenção de 0 a 2 segundos e de 2 a 3 repetições de contrações mantidas, se diferindo quanto ao número de contrações rápidas, onde o grupo com IU apresentou de 3 a 4 e o grupo sem IU 5 ou mais, apenas se diferenciando significativamente quando comparados grupos com e sem IU de diferentes estratos etários, onde as idosas mais longevas que possuíam IU obtiveram um menor número de repetições mantidas comparado às que não possuíam perdas de urina. Concluiu-se que não houve diferença significativa quanto à funcionalidade do assoalho pélvico das idosas em geral, mas que o envelhecimento demonstrou ser um forte fator influenciador para a gênese da IU, uma vez que apenas as idosas mais longevas com IU apresentaram menor número de repetições mantidas que as demais idosas.
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