Penetração de cloretos em concretos compostos com cinza de lodo de estação de tratamento de água em diferentes teores de adição
Resumo
O crescente aumento populacional tem sido responsável pela demanda cada vez maior por água potável e, com isso, num aumento da quantidade de resíduos gerados nas Estações de Tratamento de Água. Na grande maioria dos municípios esses resíduos, chamado de lodo de ETA, são dispostos de maneira inadequada, em rios, e se constitui num problema ambiental. Devido a isto, e às exigências por construções sustentáveis, é crescente o número de pesquisas que visam a substituição de parte do cimento por sub-produtos agroindustriais, uma vez que possibilitam a redução na emissão de gases de efeito estufa, oriundos do processo de fabricação deste, além de proporcionarem vantagens econômicas e técnicas, garantindo maior durabilidade às estruturas. No entanto, são poucos os trabalhos publicados relatando o comportamento do concreto composto com essa adição mineral sujeito ao ataque por cloretos. Nesse trabalho investigou-se o comportamento do concreto composto com cinza de lodo de ETA (CLETA) em teores de substituição ao cimento Portalnd de 5% a 30% denominadas 5L, 10L, 15L, 20L, 25L E 30L, além de misturas ternárias compostas com 5% e 10% de escória de alto forno e 15% de CLETA, denominadas 5EAF e 10EAF e uma mistura quaternária com 15% de CLETA, 5% de EAF e 5% de cinza de casca de arroz, denominada 5CCA frente ao ataque por cloretos. A avaliação foi feita segundo o método de ensaio da ASTM C 1202 (teste rápido de penetração de cloretos) aos 28 e 91 dias, em corpos de prova de dimensões 100x51mm, e pelo ensaio de penetração de cloretos por aspersão de nitrato de prata (EPCANP) que possibilita a determinação do coeficiente de difusão de cloretos (K). Este ensaio foi realizado em corpos de prova de dimensões 100x100x285mm, imersos numa solução salina na proporção de 31,94g para cada litro de água destilada, e ensaiados nas idades de 7, 14, 28, 56 e 91 dias, determinando-se o coeficiente de difusão. Em ambos os ensaios os corpos de prova foram submetidos à cura úmida por 3 e 7 dias e foram adotadas três relações água/aglomerante, 0,35, 50 e 0,65. Os resultados foram confrontados com àqueles obtidos em uma mistura de referência constituída por 100% de cimento Portland de alta resistência inicial. Dos resultados obtidos, para ambos o ensaios adotados, constata-se aumento na resistência à penetração de cloretos com o aumento no prazo de cura e no teor de substituição do cimento Portland (ARI) pela cinza do lodo de estação de tratamento de água (CLETA). As misturas ternárias e quaternárias apresentaram melhor desempenho do que a mistura de referência, contudo, inferior àquela composta com 30% de CLETA.
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