Ocupo, logo existo: ocupações secundaristas e o tecer de outra educação possível
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2018-06-15Metadatos
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A trilha deste trabalho provoca um dos encontros possíveis com as Ocupações Secundaristas brasileiras. Seguindo as vozes das lideranças femininas, busca rastrear as qualidades de atenção e aprendizagem operadas pelo estado de Ocupação nos corpos e no ambiente. Empenha-se em analisar, através de observação participante e entrevistas, o espaço escolar como arena catalisadora da crise, em disputa pelos modos de viver, saber, produzir a si e ao mundo, em que brotam cruzamentos entre Antropologia, Educação, produção de subjetividade e políticas cognitivas. A análise das dinâmicas pedagógicas e culturais do movimento político e social se desenvolveu no trabalho a partir de três figuras propostas por Tim Ingold: os rastros, as trilhas e os encontros. Nos rastros, os vestígios das novas possibilidades de existir aprendiz, tutor e escola que coemergem como novos modos de ser menina. Nas trilhas de vida, o pulsar dos territórios que se formam no cruzamento entre os movimentos de direitos das mulheres, infância e juventude e a luta pela educação pública, em disputa na crise entre os modos de governo de si e dos outros. Nos encontros, elaboramos via corpo o acontecimento coletivo da crise e as reverberações conceituais que se dão pelo abandono do estatuto identitário e pela produção do comum, da diferença e da autonomia na reorganização da vida social e escolar. Como desfecho da análise, surge uma forma de aprendizagem específica, que remonta aos movimentos indígenas latino-americanos, relacionada ao tempo de imersão que caracterizou a ocupação e ao estado de atenção constante e com foco variado, escuta da alteridade, através de espaços de articulação política dos saberes e habilidades de cuidado de si, dos outros e do espaço. Além disso, os sentidos provocados na vivência ocupante, da escola enquanto espaço político, se prologam até a apropriação de figuras políticas na produção de subjetividade entre os adolescentes, na escola reintegrada. Encerro tematizando o movimento feminista como condição histórica e social para o fortalecimento das lideranças femininas e para o desenvolvimento de habilidades de “problematização” e “desconstrução”, que fazem coemergir o debate sobre a produção e representação de sujeitos femininos e outra escola possível.
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