Regime de escoamento do Rio Uruguai no trecho entre a hidrelétrica de Foz do Chapecó e o Salto do Yucumã
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2019-02-27Metadatos
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O Rio Uruguai, devido a suas características hidrodinâmicas e topográficas, é considerado um dos principais cursos d’água nacionais para o aproveitamento hidrelétrico e, consequentemente, sujeito aos impactos decorrente da instalação destas obras. Considerando a importância da caracterização hidrológica das áreas de jusante de barramento hidrelétrico, este trabalho objetivou realizar um diagnóstico do regime de escoamento do Rio Uruguai no trecho compreendido entre a UHE Foz do Chapecó e o Salto do Yucumã. Para isso, foram coletadas e interpretadas as informações fluviométricas disponíveis na área delimitada para estudo. A interpretação foi realizada utilizando o software IHA 7.1 (Indicators of Hydrological Alterations), ao qual foram submetidas séries coletadas pelo posto fluviométrico de Iraí (74100000), o mais antigo da região, as séries utilizadas são compostas de distintas formas de amostragem dos dados, possibilitando a indicação da representatividade que cada série possui, bem como uma indicação detalhada dos impactos que estão ocorrendo no período posterior à operação da UHE. Também foram coletadas informações do posto fluviométrico de Foz do Chapecó Jusante (74050000), Itapiranga (74329000) e foi instalado uma estação experimental de monitoramento no Salto do Yucumã, dados estes que, reunidos com os de Iraí, possibilitaram a indicação de como ocorre o escoamento no trecho entre a UHE e o Salto do Yucumã, proporcionando, inclusive, a estimativa do tempo de propagação dos pulsos de inundação, fundamental para a gestão da bacia. Verificou-se que a análise de uma série de dados de vazão composta de apenas uma informação diária não é o modelo mais representativo dos impactos que ocorrem nesse trecho do Rio Uruguai, apresentando-os de forma atenuada. A utilização do software IHA foi satisfatória na análise das alterações hidrológicas, no pós UHE, dentre elas destaca-se a grande variabilidade do fluxo diário e a regularização da vazão, que mantém níveis normalmente mais altos, alterando consideravelmente os picos de estiagem. Quanto ao regime de escoamento e propagação das ondas diárias provocadas pela operação da UHE, indica-se que, há um delay médio de 17:22 h da propagação pelo trecho de estudo (140 km). Em Foz do Chapecó, o pico de cheia diário é sentido por volta das 15:56 h, em Iraí às 18:24 h do mesmo dia, em Itapiranga às 5:54 h e no Salto do Yucumã às 9:18 h, ambas do dia seguinte. Ainda que a UHE siga o modelo de operação imposto pela Agência Nacional de Águas, as características do escoamento verificadas por este estudo podem comprometer a preservação da região que apresenta grande fragilidade ambiental.
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