Instituições culturais-cognitivas e a inovação em uma universidade pública brasileira
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2019-03-22Metadatos
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A teoria institucional tem contribuído significativamente para os estudos organizacionais ao permitir a compreensão de fenômenos que afetam a eficiência organizacional além daqueles relacionados à racionalização de recursos e imperativos tecnológicos. Percebeu-se a existência de forças institucionais afetando a eficiência das estruturas organizacionais, que cediam a elementos culturais em busca de legitimação perante o meio social. No setor educacional, essas normas institucionalizadas são preponderantes na determinação das estruturas e processos, diferentemente do que ocorre em outros setores econômicos. Assim, as instituições federais de ensino superior mostram-se organizações propícias para o desenvolvimento de estudos institucionais. As suas estruturas são extremamente complexas, devido à diversidade dos seus públicos, atividades desenvolvidas, tecnologias manipuladas, na diversidade de formação das pessoas envolvidas e na extensão de sua infraestrutura. E, aliado a isso, as universidades são consideradas espaços destinados à inovação, considerando a multiplicidade de conhecimento produzido e difundido neste âmbito. Este estudo teve como objetivo analisar as instituições culturais-cognitivas que promovem ou inibem a inovação em uma universidade pública brasileira. A primeira etapa do trabalho se concentrou em identificar os elementos culturais-cognitivos, assim como as manifestações destes elementos na cultura da universidade que poderiam promover ou inibir a inovação. A partir desta investigação, elaborou-se o instrumento de coleta de dados, o qual foi submetido à validação por especialistas. Na segunda etapa, realizou-se uma pesquisa survey com os docentes da universidade, levando em consideração a sua relevância na produção científica. A pesquisa foi aplicada durante os meses de agosto a outubro de 2018, obtendo-se 324 respostas do total de 1820 docentes. Os dados da pesquisa foram analisados por meio da estatística descritiva e testes não-paramétricos de diferença de médias, cruzando-se os elementos culturais-cognitivos com as variáveis de perfil dos docentes. Na análise descritiva, foram confirmadas dezoito manifestações culturais-cognitivas promotoras da inovação e seis inibidoras. Além disso, dezesseis manifestações culturais-cognitivas inibidoras da inovação e vinte e oito manifestações culturais-cognitivas promotoras da inovação não foram confirmadas. Na análise de diferença de médias, identificaram-se diferentes percepções dos respondentes da pesquisa em relação às manifestações culturais-cognitivas, com base nas variáveis de perfil. Destacam-se as variáveis sexo, participação em projetos de inovação com o setor privado, na participação em projetos de inovação voltados para as atividades internas da instituição e centro de ensino. Assim, percebe-se que as instituições culturais promotoras e inibidoras da inovação não são homogeneamente percebidas dentro da universidade, podendo gerar diferentes resultados organizacionais, no que se refere à inovação.
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