Avaliação do efeito do extrato aquoso da folha de Syzygium cumini em modelo de toxicidade aguda por etanol in vivo
Resumo
Do uso recreacional aos problemas sociais, o etanol é a droga mais consumida no mundo. Ao atingir praticamente todos os sistemas fisiológicos, o consumo de etanol provoca inúmeras alterações fisiológicas. Os efeitos farmacológicos e toxicológicos do etanol dependem de suas concentrações e de seus metabólitos no organismo, e da duração da exposição a estas substâncias. Adenosina desaminase (ADA, E.C. 3.5.4.4) é considerada uma enzima chave no metabolismo das purinas. Ela auxilia na regulação extracelular de adenosina, que desempenha um importante papel de neuromodulação no sistema nervoso central e também na liberação de mediadores inflamatórios agindo nos receptores presentes nas células do sistema imune. Além disso, a adenosina pode desempenhar um papel crucial na mediação de muitos efeitos neuronais do etanol. O Syzygium cumini (S. cumini), conhecido popularmente como jambolão, é uma planta que apresenta propriedades hipoglicêmicas, antiinflamatórias, antipiréticas e antioxidantes. Considerando as inúmeras alterações provocadas pelo consumo agudo de álcool em excesso associado à importância que a utilização de plantas medicinais representa para grande parte da população juntamente com o grande potencial de alternativas terapêuticas relacionadas às mesmas, este estudo teve como objetivo avaliar, através da realização de um modelo animal de intoxicação aguda, o efeito que uma alta dose de etanol pode provocar à atividade da ADA e aos níveis de mediadores inflamatórios. Simultaneamente, verificar o efeito protetor do extrato aquoso das folhas de S. cumini (ASc) sobre as possíveis alterações provocadas nos parâmetros avaliados. Os resultados demonstraram que após 6 horas da intoxicação aguda por etanol, na dose de 5g/Kg, a atividade da ADA do soro e nos linfócitos do baço aumenta, enquanto no córtex cerebral observa-se uma redução desta atividade. Ao analisarmos os níveis de mediadores de inflamação no soro, os resultados mostram que o etanol provoca um aumento na liberação dos mediadores de inflamação IL-1, IL-6, TNF-α, INF-γ e NOx e uma redução da citocina anti-inflamatória IL-10. Beneficamente, observamos que o tratamento com ASc na dose de 0,4g/Kg, foi capaz de prevenir as alterações provocadas pelo etanol sobre a atividade da ADA e os níveis de NOx e IL-10. Assim, nossos resultados sugerem que a ação do etanol sobre o sistema purinérgico pode ser um dos mecanismos pelo quais o etanol exerce seus efeitos sobre a liberação de mediadores inflamatórios e o sistema nervoso central, bem como, que o ASc pode minimizar s alterações decorrentes de exposição aguda ao etanol, uma vez que a redução na atividade da ADA pode afetar vários processos fisiológicos e patológicos.
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