Avaliação dos efeitos toxicológicos do composto salicilaldeído-4-feniltiossemicarbazona (SPTS)
Resumo
As tiossemicarbazonas são compostos de considerável interesse científico, devido as suas importantes
propriedades químicas e biológicas, tais como antitumoral, antibacteriana, antiviral, antiprotozoária,
citotóxica, dentre outras. O composto salicilaldeído-4-feniltiosemicarbazona (SPTS), da classe das
tiossemicarbazonas, possui atividades farmacológicas promissoras como atividade antioxidante e
antitumoral, deste modo são necessários estudos prévios para avaliar a sua toxicidade. Desta forma,
este trabalho teve como objetivo avaliar a toxicidade in vitro do composto SPTS, através do bioensaio
da Artemia salina com a finalidade de determinar a concentração letal média (CL50), atividade da δ-
aminolevulinato desidratase (δ-ALA-D), atividade tiol oxidase e ensaios de viabilidade celular e
genotoxicidade. Testes de toxicidade aguda e subaguda do composto SPTS também foram realizados,
utilizando como metodologia as diretrizes da Organização para a Coordenação e Desenvolvimento
Econômico (OECD diretrizes 423 e 407). Na análise da toxicidade aguda, uma única dose de 300 e,
posteriormente, 50 mg/kg de SPTS foi administrada por via subcutânea em ratos machos, para avaliar
a dose letal média estimada (DL50). No estudo de toxicidade subaguda, o composto SPTS foi
administrado por via subcutânea nos animais em doses de 5, 10 e 20 mg/kg/dia durante 14 dias.
Parâmetros bioquímicos, de estresse oxidativo e hematológicos foram analisados nos estudos de
toxicidade aguda e subaguda, utilizando amostras de sangue, rins, fígado e cérebro. Alterações
comportamentais foram analisadas na toxicidade subaguda. Nos resultados obtidos nos experimentosin
vitro, foi verificada uma CL50 de 69,11μg/ml, sendo considerado um composto biologicamente ativo,
mas não houve efeito tiol oxidase e nem inibição da δ-ALA-D. Em relação aos testes de viabilidade
celular e genotoxicidade, foi verificado que a concentração de 100μM diminuiu significantemente a
viabilidade celular e causou efeitos genotóxicos frente a cultura de células. Em relação a toxicidade
aguda, a DL50 estimada foi de 50-300mg/kg. Além disso, a exposição aguda a 50 mg/kg de SPTS não
causou alterações nos parâmetros bioquímicos e hematológicos, mas causou elevação nos níveis
hepáticos de ácido ascórbico. Na avaliação da toxicidade subaguda, entretanto, inúmeras alterações
foram observadas, como o aumento na peroxidação lipídica e nos níveis de vitamina C e tióis nãoproteicos
em diferentes tecidos, bem como alterações nas atividades da glutationa S-transferase e
catalase. Também foram observadas alterações comportamentais no teste do open field, diminuição no
ganho de peso corporal e aumento nos níveis de triglicerídeos. Desta forma, nós concluímos que o
composto SPTS apresentou especialmente toxicidade subaguda, uma vez que causou alterações
comportamentais, nos parâmetros de estresse oxidativo e no perfil lipídico.
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