Controle epigenético do elemento de transposição mariner em populações de Drosophila melanogaster
Resumo
Uma das famílias de transposons mais bem conhecidas é a família mariner. mariner não é encontrado em populações naturais de Drosophila melanogaster, entretanto, mariner white-peach e Mos1 foram introduzidos nessa espécie por transformação genética. Na ultima década, avanços importantes foram feitos na compreensão sobre o controle epigenético dos elementos transponíveis. Os maiores reguladores de TEs em Drosophila são os piRNAs que são provenientes de clusters de piRNA. Esses podem reprimir os TEs tanto pelo silenciamento gênico pós transcricional, a partir da clivagem dos transcritos de um TE ativo, quanto pelo transcricional por meio do silenciamento dos genes por modificações na cromatina. Sendo assim, essa dissertação teve como objetivo verificar se ocorre a inativação epigenética do gene white em D. melanogaster mediado pela presença do elemento mariner na linhagem white-peach. Para avaliar a atividade do elemento mariner em populações naturais de D. melanogaster foram feitas isolinhagens. Para análise da inativação do gene white foram realizados testes fenotípicos por meio de cruzamentos experimentais. Também foi estabelecida uma linhagem de olho branco com gene white inativo mas com mariner ativo. A fim de verificar a expressão do gene white nas diferentes linhagens de D. melanogaster e para detectar a presença do elemento mariner no genoma das isolinhagens de D. melanogaster, foi realizada a quantificação por RT-qPCR. Buscas in sílico por mariner em um banco de dados de piRNAs e na sequência do cluster de piRNA flamenco foram realizadas para verificar se existe um cluster de piRNA para mariner em D. melanogaster. mariner teve uma expressão muito alta nas populações de D. melanogaster. Além disso, os testes fenotípicos apontam para a inativação do gene white mediado pela presença de mariner, pela formação de heterocromatina, pois a F2 dos cruzamentos realizados apresentaram moscas com olho selvagem, peach até branco puro. Esses dados corroboram com os resultados encontrados por RT-qPCR. Não foi encontrada nenhuma sequência similar a mariner no banco de piRNA e nem na sequência de flamenco, entretanto, a existência de um cluster de piRNA ainda não pode ser excluída pois novos clusters podem ainda ser descobertos. O número de cópias de mariner foi bem variável entre os indivíduos da linhagem com mariner ativo e gene white inativo, variando de 3 a 15 cópias por indivíduo, o que já era esperado pelo fato de que essa linhagem foi estabelecida a pouco tempo.
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