Quantificação de cocaína, benzoilecgonina e anidroecgonina em efluente hospitalar e remoção por fotocatálise e eletrocoagulação
Resumo
Neste trabalho foi estudado método analítico para identificação e quantificação de cocaína (COC), benzoilecgonina (BEG) e anidroecgonina (AEG) em amostras de efluente do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Utilizou-se Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com detecção por Fluorescência (HPLC-FLD) e Arranjo de Diodos (HPLC-DAD). Extração em Fase Sólida (SPE) e Microextração Líquido-Líquido Dispersiva (DLLME) foram empregadas para a extração e a determinação de cocaína e seus metabólitos nas amostras investigadas. Para a SPE foi utilizado cartucho Chromabond® C18 ec 6 ml/500 mg, obtendo-se recuperações variando entre 73,5% ± 6,3% e 85,0% ± 8,7%, em solução aquosa; para amostra de efluente se obteve recuperações superiores a 78,0% quando fortificada para COC em 15, 8 μg L-1 e 195,0 μg L-1, para BEG em 18,8 μg L-1 e 198,0 μg L-1 e, para a AEG, 30, 9 μg L-1 e 210,0 μg L-1. Para a DLLME foram testadas diferentes combinações e volumes de solvente extrator/dispersor, pH, tempos de interação e extração. A melhor combinação foi dos solventes metanol e clorofórmio, pH 9, adição de 0,3 mol L-1 de NaCl, 150/350 μL-1 de solventes extrator/dispersor, obtendo-se recuperações para COC, em solução aquosa e em efluente hospitalar, na faixa de 73-102% (DPR 6,0% e 16,5%). As concentrações de COC encontradas no efluente do HUSM foram de 2,01 μg L-1 (DPR 17,8%) e, de BEG, 1,89 μg L-1 (DPR 18,5%), o que sugere uso de entorpecente por frequentadores do HUSM. Como processo para a remoção dos analitos foi aplicada a fotocatálise heterogênea usando-se reator tanque agitado, provido de jaqueta termostática, e catalisador TiO2 suportado em barras de polidimetilsiloxano (PDMS). A irradiação ultravioleta (UV) foi feita com lâmpada de vapor de mercúrio de pressão média (125 W e 401 W m-2). Em pH 7 e a 40 °C obteve-se degradação de COC e BEG, de 97,0% e 93,0%, respectivamente, após 60 min de irradiação; e, para a degradação da AEG, a melhor taxa de degradação (32,5%) foi obtida com pH 5 e a 25 °C, em solução aquosa; em efluente hospitalar, as melhores condições para a degradação de COC, BEG e AEG foram pH 7 e 30 °C, com taxas de degradação de 61,0%, 60,0% e 75,0%, respectivamente. Para a remoção eletroquímica dos analitos foi utilizado reator de vidro provido de dois pares de eletrodos de alumínio com distância intereletrodo ajustável, fonte redutora de tensão, multímetro digital, reostato e agitação constante. Para solução aquosa em pH 3, com adição de 0,2 mol L-1de NaCl e distância intereletrodos de 6 cm foram obtidas remoções de 86,0% e 91,0% para COC e BEG, respectivamente. Para o efluente hospitalar foram empregadas como melhores condições pH 7,0, adição de 0,2 mol L-1de NaCl e distância intereletrodos de 10 cm, obtendo-se remoção de 72,0% e 88,0% para COC e BEG, respectivamente. A concentração média de COC e BEG encontradas no efluente apresentam baixo potencial de impacto ambiental.
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