Efeito da toxicidade do alumínio sobre a resposta antioxidante endógena em três genótipos de aveia
Resumo
O Al é um metal que apresenta efeito tóxico no crescimento de plantas em solos ácidos. Nesses solos, com pH abaixo de 5,5, o Al encontra-se na forma trivalente Al3+, a qual pode comprometer o crescimento radicular, além de afetar processos fisiológicos e bioquímicos das plantas. As culturas cereais são bastante afetadas por essa toxicidade, sendo a aveia uma das espécies que apresenta maior tolerância para se desenvolver em solos ácidos. Dessa maneira, o objetivo desse estudo foi avaliar e comparar as respostas do sistema antioxidante de três genótipos de aveia in vitro e verificar se esses parâmetros tem papel importante no mecanismo de tolerância a presença do alumínio para cada genótipo. Para o estudo foram selecionados duas cultivares comerciais de aveia (URS Charrua e URS Guria) e uma cultivar com características de tolerância bem estabelecidas (UFRGS 17), obtidas através do Programa de Melhoramento de Aveia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Esses genótipos foram expostos a 740 μM de Al durante cinco dias, mantidos em sala de crescimento com temperatura e luminosidade controladas. O experimento constituiu-se de seis grupos, UFRGS 17 controle (CTL), URS Charrua CTL e URS Guria CTL que não foram expostos ao Al e de UFRGS 17 Al, URS Charrua Al e URS Guria Al que foram expostos à presença do Al. Cada grupo apresentava quatro replicatas com 80 plântulas cada. Após o período de 5 dias as plantas foram coletadas e separadas em parte aérea e raiz, para a realização das análises de atividade das enzimas catalase, superóxido dismutase, guaiacol peroxidase, além de verificar a concentração de pigmentos e os níveis de peroxidação lipídica e peróxido de hidrogênio. Foi possível observar que a concentração de pigmentos não foi alterada em nenhum genótipo na presença ou não de Al. Porém houve uma redução na atividade da enzima CAT nos genótipos UFRGS 17 e URS Charrua em folha e URS Charrua em raiz. A enzima SOD apresentou uma redução na atividade nos genótipos UFRGS 17, URS Charrua e URS Guria em folha e URS Charrua e URS Guria em raiz. Já a enzima GPOX não sofreu alterações com a exposição ao metal. Os níveis de peroxidação lipídica e peróxido de hidrogênio também não sofreram mudanças significativas com a exposição a toxicidade do Al. Pode-se sugerir que a enzima GPOX está atuando para a manutenção dos níveis de H2O2 e de peroxidação lipídica, visto que essa enzima desempenha importante papel em estresses causados por metais, quando a CAT, por exemplo, tem sua atividade reduzida pela toxicidade do metal. Torna-se importante considerar que os genótipos responderam de forma diferente a exposição ao Al, o que demonstra que os mecanismos de tolerância não ocorrem da mesma forma, além disso, outras enzimas do sistema antioxidante podem estar atuando para o controle do estresse oxidativo e outros mecanismos podem estar atuando frente a toxidez do Al.
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