Tem babado novo na rede: um mergulho no circuito Drag on-offline de Santa Maria/RS
Abstract
Sobre os corpos e os gêneros persistem perspectivas que consideram as identidades de gênero marcadas pela materialidade fixa dos corpos. São visões essencialistas que pensam sexo, gênero e sexualidade em uma sequência lógica, imutável e dada como natural. Argumento neste trabalho que essas perspectivas limitam o entendimento sobre as diversas formas de viver e experenciar as corporalidades e os gêneros, promovendo o apagamento de sujeitos que contrariam tal lógica. A partir de experiências Drags busco compreender e conhecer a cena Drag de Santa Maria – RS. Assim, em 2017 e 2018, o empreendimento etnográfico foi desenvolvido, lançando mão da observação participante e online somadas às entrevistas abertas e semi-estruturadas. Através da observação participante e online realizo mapeamento da cena Drag, enfocando em como as Drags que a compõe interagem com os espaços urbanos e as mídias digitais, sugerindo a constituição de um circuito Drag em um contínuo on-offline. Esse circuito se materializa nas tramas da cidade em espaços com performances, interações e sociabilidades Drag, assim como nas mídias digitais com a experienciação de si das Drags em seus perfis e canais no Facebook, Instagram e Youtube. Ainda, destaco a produção de um corpo Drag refletindo sobre corpo e gênero, buscando pensar os corpos enquanto corporeidades de forma desnaturalizada, evidenciando o deslocamento da lógica essencialista sobre sexo, gênero e sexualidade através da fabricação de um corpo Drag e o caráter construído das dimensões de gênero através de instâncias socioculturais. Enfoco em mudanças nos padrões de ―transformations‖ Drag, pois montar-se Drag atualmente não pressupõe determinada identidade sexual e de gênero, acarretando também em autodenominações de artistas mulheres e homens como Drags Queer.
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