Efeito de um programa de treinamento auditivo na redução do incômodo com o zumbido e nas habilidades auditivas
Resumo
O zumbido causa diferentes reações nos sujeitos que apresentam tal queixa. Este sintoma provém de um acometimento de alguma porção da via auditiva, seja periférica ou central. A perda auditiva, como privação sensorial, é um possível causador do aparecimento deste. O Treinamento Auditivo, baseado na neuroplasticidade auditiva, pode reorganizar a via auditiva e ser uma possível forma de tratamento para o zumbido. O objetivo do trabalho foi mensurar os efeitos de uma modalidade de Treinamento Auditivo, sobre o zumbido e as habilidades auditivas em idosos com perda auditiva usuários de próteses auditivas. Os idosos (n=190) foram contatados a partir de uma seleção inicial no Laboratório de Próteses Auditivas do Serviço de Atendimento Fonoaudiológico. A amostra foi comporta por sujeitos com mais de 60 anos, zumbido (mínimo seis meses), perda auditiva neurossensorial de grau até moderado, alteração em pelo menos uma habilidade auditiva, usuários de próteses auditivas. A bateria de procedimentos foi composta por: Anamnese, aplicação do Tinnitus Handicap Inventory, Avaliação audiológica básica, Acufenometria, Testes comportamentais do processamento auditivo (Randon Gap Detection Test, Teste de Fala com Ruído e Teste Dicótico de Digitos), Teste eletrofisiológico do processamento auditivo (P300) e avaliação psicológica. Após as avaliações inicias, o arranjo amostral contou com cinco idosos, que realizaram o Treinamento Auditivo Acusticamente Controlado Computadorizado, utilizando o software Escuta Ativa, este se deu em 16 sessões em média 30 minutos cada. Depois de findado o tratamento proposto os idosos tiveram 20 dias de pausa e assim foram reavaliados com a mesma bateria da avaliação. Na análise dos dados foi utilizado o Teste de Wilcoxon para a comparação dos dois períodos, pré- e pós- tratamento. O nível de significância foi de 0,10 devido baixa amostragem, os intervalos de confiança foram de 95% de confiança estatística. Os idosos apresentaram diferença estatisticamente significante no período pré- e pós- tratamento em relação a gravidade do zumbido, medido pelo Tinnitus Handicap Inventory (Valor de p=0,043*) e testes comportamentais de processamento auditivo: Teste de Fala com Ruído Branco (valor de p=0.043* para ambas as orelhas) e Teste Dicótico de Digitos (valor de p OD=0,043*, valor de p OE= 0,068*). Não foi possível observar mudanças eletrofisiológicas relevantes no potencial evocado auditivo de longa latência. Os resultados obtidos nesta dissertação foram divididos em artigos científicos, um deles se encontra neste trabalho.
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