Risco ocupacional frente à manipulação de quimioterápicos antineoplásicos: percepção de enfermeiros
Resumo
O número crescente de novos casos de câncer, no Brasil e no mundo, resulta no aumento na demanda em serviços especializados que oferecem o tratamento específico, sendo, a quimioterapia antineoplásica o tratamento mais utilizado. No entanto, tais medicações oferecem potenciais efeitos indesejáveis, havendo riscos em todo processo de utilização e manuseio de drogas antineoplásicas, podendo expor o meio ambiente e os profissionais da saúde. Dessa forma, os profissionais da enfermagem que trabalham em setores para tratamento oncológico, estão expostos ao risco químico, principalmente nos momentos de manipulação, administração, manuseio de fluidos e excretas do paciente e exposição acidental de quimioterápicos. O presente estudo teve como objetivo conhecer a percepção dos enfermeiros sobre a exposição a riscos ocupacionais frente à manipulação de quimioterápicos antineoplásicos. Caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa, do tipo exploratória descritiva. Participaram da pesquisa os enfermeiros que atuam em um Ambulatório de Quimioterapia de um hospital universitário. Para a coleta de dados foi utilizado o questionário de levantamento de dados sóciodemográficos, observação sistemática não-participante e grupos focais. A análise dos dados foi realizada por meio da Análise de Conteúdo Temática. Foram respeitados todos os aspectos éticos conforme Resolução 466 de Dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde, sendo o projeto aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa sob o nº CAAE 64517416.8.0000.5346. Após análise dos dados, emergiram as seguintes categorias temáticas: „Risco ocupacional no Ambulatório de Quimioterapia: da invisibilidade à percepção do risco‟ e „Ambiente (in)seguro e Risco Químico: „preciso mais que EPIs no ambulatório de quimioterapia‟. Na primeira categoria, surgiram aspectos referentes a percepção do risco ocupacional, devido o manuseio de quimioterápicos antineoplásicos, fatores que facilitam a exposição e uso de equipamento de proteção individual (EPI). Na segunda categoria, o risco químico no Ambulatório de Quimioterapia foi relacionado com o ambiente de trabalho, estrutura e serviços de apoio à saúde do trabalhador. Com isso, conclui-se que, o risco químico é reconhecido pelos enfermeiros e que o uso de EPI é atribuído a escolha e consciência individual, sugerindo-se, o fortalecimento de mecanismos que favorecem a reflexão sobre a importância de sua proteção. Propõem-se, também, o estreitamento e fortalecimento de laços entre as estruturas de apoio a saúde do trabalhador da instituição com os enfermeiros, para consolidação de práticas e ambiente seguro.
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