Avaliação da acessibilidade espacial no Parque João Goulart, Santa Rosa, RS
Resumo
As pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, além da perspectiva médica e individual, associam-se a uma perspectiva estrutural e social, em que o ambiente de interação tem um enorme impacto sobre a experiência e a extensão das suas dificuldades de mobilidade. Estudos indicam ainda o crescimento deste grupo, devido aos avanços de expectativa de vida, o aumento dos índices de doenças crônicas e dos números de acidentes de trânsito e de trabalho. Esse grupo de pessoas enfrenta uma série de dificuldades, visto a grande quantidade de barreiras físico-espaciais presentes no ambiente construído. Dentre as restrições enfrentadas, está o lazer público, um dos direitos mais aclamados pela sociedade. É frequente, nas cidades brasileiras, encontrar espaços livres públicos de lazer que possuem infraestrutura inadequada para a utilização por parte desses usuários, devido à falta de acessibilidade, o que ocasiona situações de exclusão, constrangimento e ferem seus direitos de acesso ao lazer. Este trabalho tem por objetivo avaliar a acessibilidade espacial no Parque João Goulart, em Santa Rosa, estado do Rio Grande do Sul, de forma a propor diretrizes aplicáveis a parques em geral, com foco na acessibilidade espacial das pessoas com deficiência física, visual e idosos, público alvo da pesquisa, por serem grupos de maior expressão na cidade, em números de usuários. A análise considera os componentes da acessibilidade espacial definidos como orientação, uso, deslocamento e comunicação. A metodologia adotada baseou-se em observações técnicas através do preenchimento de planilhas com conteúdo apoiado em normativas, que proporcionam informações a respeito das condições do local. Foram também realizadas entrevistas com o público estudado, aplicadas no Parque e em outros pontos da cidade. Os principais resultados apontam que os espaços do Parque João Goulart não são totalmente acessíveis à comunidade, apresentando problemas em relação a todos os componentes da acessibilidade espacial, sendo que os resultados das observações técnicas se mostram mais restritivos em comparação à percepção dos usuários. Em relação aos públicos, os idosos apresentam-se como o grupo mais bem atendido, seguido das pessoas com deficiência física, e por fim das pessoas com deficiência visual. As condições razoáveis de acessibilidade resultam de fragilidades que podem ser revertidas através de medidas que levem em consideração os resultados desse trabalho de investigação.
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