Avaliação das toxicidades aguda e subaguda da Olea europaea L. e seu efeito no metabolismo de ratos diabéticos
Resumo
O diabetes mellitus (DM) é uma doença metabólica caracterizada por hiperglicemia, resistência à insulina e dislipidemia. É amplamente distribuída pelo mundo e afeta milhões de pessoas, podendo causar sérias complicações. A oliva (Olea europaea L.) possui importantes atividades farmacológicas, entre elas, antioxidante, anti-inflamatória e hipoglicêmica. Entretanto, estudos sobre sua toxicidade ainda são limitados na literatura. Assim, o objetivo do trabalho foi investigar as toxicidades oral aguda e subaguda da tintura das folhas de oliva (TOL) e avaliar o efeito da TOL no metabolismo de ratos diabéticos induzidos por dieta hipercalórica e baixa dose de estreptozotocina (STZ). Na toxicidade aguda, uma única dose 2000 mg/kg de TOL foi administrada e a observação foi feita durante 14 dias e incluiu mudanças de comportamento e sinais de toxicidade. No estudo subagudo, a TOL foi administrada durante 28 dias nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg. Ambos tratamentos foram via oral (gavagem) em ratos machos e fêmeas e o peso corporal foi registrado. Ao final dos experimentos, o sangue foi coletado para análises bioquímicas e hematológicas. A dose de 2000 mg/kg não induziu mortalidade ou sinais de toxicidade. Os animais expostos às doses repetidas não apresentaram anormalidades ou mudanças hematológicas. Na dose de 400 mg/kg, a TOL aumentou os níveis de ureia e reduziu a atividade da AST em machos quando comparado aos diferentes grupos. Os níveis de glicose reduziram em machos e fêmeas tratados com TOL em diferentes doses quando comparados ao grupo controle. Não foi observada mudança significativa no peso corporal dos animais nos tratamentos agudo e subagudo. Para indução do DM, os animais foram alimentados com dieta hipercalórica durante 4 semanas e, então, administrado STZ (35 mg/kg), via i.p., enquanto que o grupo controle recebeu ração padrão e apenas o tampão citrato, via i.p. Os ratos que apresentaram glicemia maior que 200 mg/dL foram considerados diabéticos. Os animais foram divididos em 5 grupos: grupo I. controle negativo; grupo II. diabéticos tratados com etanol; grupo III. diabéticos tratados com metformina (250 mg/kg) e grupos IV e V. diabéticos tratados com TOL (200 mg/kg e 400 mg/kg, respectivamente). A administração foi via oral, diariamente, durante 10 semanas. Análises bioquímicas e hematológicas foram realizadas, assim como a peroxidação lipídica e atividade antioxidante. A atividade da ALT foi reduzida nos grupos tratados com metformina e TOL (200 mg/kg) quando comparada ao grupo controle e um aumento da ureia foi observado no grupo tratado com TOL (200 mg/kg) em comparação ao controle. O tratamento com TOL melhorou os níveis dos marcadores inflamatórios (IL-6, IL-10, TNF-α e IFN-γ) e das adipocinas (leptina, adiponectina e resistina) quando comparados aos animais diabéticos. Não houve diferença significativa nos níveis de MDA, bem como nenhuma alteração foi observada nas atividades antioxidante. Esses resultados indicam que a exposição à uma única ou repetidas doses não induziu toxicidade e uma potencial atividade anti-diabética da tintura das folhas de oliva, porém mais estudos são necessários para validar seus efeitos clínicos e sua segurança para uso em humanos.
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