Tempo de concentração e parâmetros da metodologia da curva número: uma avaliação para bacias brasileiras
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Data
2019-08-05Primeiro membro da banca
Tassi, Rutinéia
Segundo membro da banca
Kobiyama, Masato
Metadata
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Entre os modelos disponíveis para a estimativa da vazão de projeto, se destaca o
método da Curva-Número (CN) em conjunto com o Hidrograma Unitário Triangular
(HUT). São métodos amplamente utilizados, porém, também há críticas e dúvidas.
No método CN, a maior dificuldade é a escolha do seu parâmetro CN e há contestação
da taxa de abstração inicial (λ) definida como 0,2. Para o HUT, o tempo de
concentração (tc) é um parâmetro imprescindível e com incerteza na estimativa. Erros
nesses parâmetros podem influenciar no dimensionamento de estruturas hidráulicas.
Por isso, para as seis bacias do arroio Dilúvio e bacia do Alto da Colina, este trabalho
teve como finalidade estimar o tc, λ e CN, a partir de dados observados e através de
métodos empíricos ou valores preestabelecidos, e verificar o hidrograma simulado
com essas informações. Com base nesses dados determinou-se o tc e verificou-se os
erros de sua estimativa através de trinta métodos. Ainda, a partir dos dados
determinou-se λ e CN e comparou-se com o valor de λ definido pelo SCS e o CN
estimado com base em tabelas. Os resultados demonstraram que, de maneira geral,
o tc dos dados apresentou grande dispersão e correlação com a intensidade da
precipitação. Para o tc estimado com os métodos, o melhor resultado geral foi com a
utilização de Kerby e teve um erro médio de 57%, em relação ao tc dos dados das
sete bacias. Para as bacias rurais o método de Simas-Hawkins produziu os melhores
resultados de tc, juntamente ao SCS lag e Desbordes para uma destas bacias. Nas
bacias urbanas, para cada caso, métodos de tc diferentes apresentaram-se como a
melhor opção, com erros desde 35% em Bela Vista até 65% no Alto da Colina. A partir
dos dados obteve-se λ, para o escoamento superficial obtido por três métodos de
separação, e em todos os casos a sua mediana foi menor que o 0,20 definido pelo
SCS. Para quase todas bacias ficou evidente que λ = 0,05 é o valor mais realista, com
exceção de Beco Carvalho e Arroio do Meio que tiveram resultados mais elevados
quando se utilizou o método côncavo de separação do escoamento. A partir dos dados
calibrou-se o CN para λ = 0,2 e λ observado. Para λ = 0,2, em todas bacias o CN
calibrado foi superior ao determinado pelo uso de tabelas, demonstrando que o CN
tabelado deve ser utilizado com cautela porque subestimou o escoamento superficial.
Por fim, o CN calibrado com λ observado forneceu um valor mais realista para que
possa ser útil para projetistas ou estudos futuros. Com o tc, λ e CN, simulou-se os
hidrogramas pelo método CN-HUT. Para o tc, λ e CN estimado e preestabelecido os
hidrogramas gerados subestimaram os volumes em relação as observações. Com
tc, λ e CN observado houve resultados melhores, especialmente para o tc calibrado
em função do tc observado. Entretanto, para alguns eventos os resultados ainda foram
inaceitáveis e estudos futuros do fator de pico e recessão do HUT são necessários.
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