Narrativa processual nos casos de violência sexual de gênero
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Data
2018-05-10Primeiro coorientador
Machado, Isadora Vier
Primeiro membro da banca
Gurski, Roselene Ricachenevsky
Segundo membro da banca
Silva, Rosane Leal da
Metadata
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Este trabalho objetiva a realizar uma análise das narrativas processuais nos casos de violências sexuais de gênero. Trata-se de uma pesquisa interdisciplinar entre a Psicanálise e o Direito e utiliza como material de análise autos processuais de casos concluídos juridicamente que envolvem denúncias de violências sexuais de gênero. Como metodologia, utilizamos a escuta flanerie. O diálogo entre a Psicanálise e o Direito é disparado pelas considerações de Felman (2014), que situa as violências de gênero como um trauma cultural, dado seu caráter repetitivo, coletivo e histórico de ocorrência, frente ao qual o campo jurídico pode ser entendido como um dispositivo cultural de elaboração e representação dos eventos. Porém, as narrativas analisadas apontam para uma dificuldade de escuta das violências de gênero por parte do campo jurídico, do que resultam narrativas jurídicas que tomam a forma de uma compulsão à repetição traumática. A criminologia feminista auxilia na análise dessa dificuldade de escuta, ao denunciar o caráter masculino de funcionamento do campo jurídico, o que reflete na dificuldade de reconhecimento e de elaboração dessas violências. Disso deriva que o campo jurídico não consegue se efetivar como um dispositivo de posicionamento ativo da cultura frente às violências de gênero.
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