Determinantes do comportamento alimentar de idosos jovens e longevos do Rio Grande do Sul
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Data
2018-08-10Primeiro coorientador
Leal, Greisse Viero da Silva
Primeiro membro da banca
Bós, Ângelo José Gonçalves
Segundo membro da banca
Chagas, Patrícia
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O comportamento pode variar em diferentes fases da vida, pois as influências estão em constante mudança.
Quando crianças a alimentação ocorre por intuição, quando adultos pelas crenças, atitudes e cognições. Acreditase
que essas mudanças se manifestem diferentemente entre idosos jovens e longevos. O presente estudo teve
como objetivo avaliar os fatores determinantes do comportamento alimentar de idosos jovens e longevos, além
de identificar e descrever as características sociodemográficas e condições de saúde dos idosos e relacionar com
o comportamento alimentar. Trata-se de um estudo quantitativo, analítico de abordagem transversal, com análise
dos dados secundários da pesquisa “Perfil dos Idosos do Rio Grande do Sul”, 2010. A amostra de estudo foi
composta por 6974 idosos de ambos os sexos, com 60 anos ou mais, residentes das zonas urbanas e rurais do Rio
Grande do Sul. Os idosos com o estado cognitivo ou condição clínica debilitados não foram incluídos e os
questionários respondidos pelos acompanhantes não participaram na análise desse estudo. A coleta de foi
realizada por meio de entrevista domiciliar utilizando-se de um questionário com 72 questões de simples e
múltipla escolha. Para análise do comportamento alimentar as variáveis avaliadas foram: dificuldade funcional
para se alimentar sozinho, autopercepção do apetite e número de refeições diárias. As variáveis
sociodemográficas analisadas foram: idade, sexo, estado conjugal, escolaridade, renda, residência em meio
urbano ou rural e a frequência que costuma sair de casa, que também foram utilizadas para caracterização da
amostra. Para avaliar as condições de saúde foram analisadas as variáveis: autopercepção da saúde;
autopercepção da saúde oral, visão e audição, estado nutricional e doenças crônicas. Foram realizados os testes T
de Student, Mann-Whitney, Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fischer (p<0,05) na análise univariada e na
multivariada o modelo de regressão de Poisson. Todos os idosos concordaram em participar da pesquisa
assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa maior foi aprovada pelos Comitês de Ética
na Pesquisa da Escola de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Sul e da Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul. Os resultados obtidos demonstraram que idosos jovens se alimentavam com mais
facilidade (p<0,001) e apresentavam melhor autopercepção do apetite (p=0,019); idosos longevos realizavam
mais refeições diárias (p=0,022). Ser longevo (p<0,001), viver sem companheiro (p=0,006), viver em meio rural
(p=0,034), ter pior autopercepção de saúde e de saúde oral (p<0,001) aumentaram a dificuldade funcional para se
alimentar sozinho. Quanto maior a renda, melhor a autopercepção do apetite (p=0,043); quanto pior a
autopercepção de saúde (p≤0,004) e de audição (p=0,014), pior a autopercepção do apetite. Ser longevo
(p=0,049), sair menos de casa (p=0,044), autopercepção regular da saúde oral (p=0,001) e ter doenças crônicas
(p<0,001) foram associados a maior número de refeições diárias, mas a autopercepção de audição regular
associou-se com menos refeições diárias (p<0,001). Concluiu-se que os idosos jovens apresentaram melhor
comportamento alimentar e que os fatores determinantes do pior comportamento alimentar foram ser longevo,
viver sem companheiro, viver em meio rural, pior autopercepção de saúde, de saúde oral e de audição.
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